MICHELLE BOLSONARO

Michelle Bolsonaro ironiza delação de Mauro Cid: 'Incitando golpe com minha Bíblia?'

Em evento do PL Mulher em Vitória, ex-primeira-dama também fez críticas a Janja: 'To sentindo um toque de inveja'

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro comentou, em tom de deboche, neste sábado sobre a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A reação ocorre um dia após a coluna do jornalista Aguirre Talento, no portal UOL, ter noticiado que Cid disse à Polícia Federal que Michelle teria incitado o seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a dar um golpe de estado.

Em evento do PL Mulher em Vitória, capital do Espírito Santo, Michelle afirmou saber apenas dar golpes de luta e encenou alguns dos movimentos para os presentes:

— Recebi uma mensagem que meu enteado Duda e eu estávamos incitando o golpe. O golpe? Eu, incitando golpe? Com qual arma? Minha Bíblia poderosa? Ai sim. Quero falar para vocês que eu dou o golpe e quero ensinar para vocês agora. Jab, jab, direto, cruzado, up, esquiva, up. Olha o golpe que eu dou toda terça e toda quinta — disse a ex-primeira-dama.

Em outro momento do mesmo evento, Michelle retomou o assunto e disse ter dado um "golpe" na acessibilidade", em referência a sua principal bandeira política, a luta pelos deficientes visuais e auditivos.

Além de Cid, a atual primeira-dama, Janja, também foi alvo de ironias na manhã deste sábado. Sem citar nominalmente a esposa de Lula (PT), Michelle afirmou "ter vocação para o trabalho", enquanto outras teriam apenas para "viajar", em referência à agenda internacional cumprida pelo casal presidencial.

— Tem viagem que a mulher não precisa tá junto, muitas vezes participei por videoconferência. A gente sabe o gasto que é levar uma mulher. Vamos ficar no Brasil e trabalhar por quem precisa? — disse, em tom de deboche.

Em seguida, a mulher de Bolsonaro fez uma citação a uma entrevista concedida por Janja à revista ELA no último domingo. Na ocasião, sua rival disse: "Não é porque eu sou mulher do presidente que eu vou falar só de marca de batom". Michelle interpretou a aspa como uma indireta:

— Como primeira dama não vendia batom não, vendo agora que sou empreendedora. To sentindo um toque de inveja, mas amém (...) Tudo aquilo que ela criticava tá fazendo hoje. Comprando gravatinha cara, segurando folhinha e ajudando o marido na hora do discurso. Tomara que esse gabinete dela ajude o marido a não demitir mais mulheres porque era o meu marido que era acusado de misoginia.

Em onze meses de governo, duas ministras de estado foram demitidas, Ana Moser (Esportes) e Daniela Carneiro (Turismo) para acomodar aliados do centrão. Outra exoneração que provocou repúdio foi a da ex-presidente da Caixa, Rita Serrano, que foi substituída por Carlos Vieira Fernandes, ligado ao presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL).

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também esteve no evento do PL Mulher nesta manhã. Em sua fala, o ex-mandatário fez críticas ao governo federal e se referiu a Lula como "câncer vermelho".