E-commerce

Amazon se alia à Meta para estimular compras via Instagram e Facebook

Parceria sem precedentes visa enfrentar o TikTok, que lançou um mercado de comércio eletrônico nos EUA, bem como empresas chinesas como Temu e Shein

Clientes poderão fazer compras nos anúncios da Amazon no Facebook e no Instagram - Kindel Media/Pexels

Duas das maiores empresas de tecnologia, a Amazon e a Meta estão testando um recurso que permite que os consumidores comprem produtos da gigante do e-commerce diretamente de anúncios no Instagram e no Facebook.

A iniciativa, que envolve pedir aos consumidores que vinculem suas contas da Amazon a seus perfis de mídia social, pode tornar a Meta mais atraente para os anunciantes e permitir que a Amazon atraia mais compradores de fora de sua loja on-line.

A parceria sem precedentes entre as duas big techs também poderá ajudá-las a se defender dos desafios do TikTok, que lançou um mercado de comércio eletrônico nos Estados Unidos, bem como de varejistas on-line chinesas como Temu e Shein.

Os compradores dos EUA terão acesso a preços em tempo real, estimativas de entrega e detalhes do produto em anúncios selecionados da Amazon veiculados no Facebook e no Instagram, de acordo com um porta-voz da empresa de comércio eletrônico.

- Pela primeira vez, os clientes poderão fazer compras nos anúncios da Amazon no Facebook e no Instagram e fazer check-out com a Amazon sem sair do aplicativo de mídia social - disse o porta-voz da gigante de compras on-line.

A Meta não quis comentar e encaminhou as perguntas à Amazon.

Não ficou imediatamente claro, a amplitude da iniciativa. Mas alguns anúncios do Instagram já pedem aos usuários que "comprem com a Amazon" e os direcionam à página de produto com um botão de compra.

Maurice Rahmey, cuja empresa ajuda as marcas a anunciarem no Meta e no Google, postou no LinkedIn um vídeo sobre como optar pelo recurso.

"Essa parceria pode ser uma grande oportunidade de receita para o Meta, a Amazon e, o mais importante, para os anunciantes", afirmou ele em sua postagem.

A Amazon tem trabalhado para melhor alcançar os consumidores fora de seu aplicativo principal e marketplace. A empresa lançou o "Buy with Prime" no ano passado como uma forma de gerar receita de logística a partir de transações feitas em outros sites e aumentar o valor das assinaturas Prime.

A Meta, por sua vez, tem lutado para fazer incursões no comércio eletrônico. A empresa abandonou sua aba de compras no Instagram, que permitia que os usuários encontrassem conteúdo para compras em seus feeds, e encerrou os recursos de compras ao vivo no Facebook e no Instagram. Por sua vez, a Amazon há muito tempo atrai compradores que sabem o que estão procurando, mas é menos hábil em ajudar os consumidores a descobrirem novos produtos.

Em 2021, a Apple fez alterações em suas políticas de privacidade que permitiram aos usuários optar por não serem rastreados pelos anunciantes. Isso limitou severamente a segmentação de anúncios em dispositivos iOS, custando à Meta uma receita de publicidade estimada em US$ 10 bilhões no ano passado.

Desde então, a Meta tem procurado maneiras de aumentar a precisão de sua segmentação de anúncios usando inteligência artificial.

Os aplicativos de compras e os sites de mídia social tendem a ser silos que não cooperam entre si, de acordo com Juozas Kaziukenas, fundador e CEO da consultoria Marketplace Pulse, que monitora as vendas on-line. Mas ele diz que a parceria entre a Amazon e o Facebook mostra como seus pontos fortes podem ser complementares.

"Os compradores obtêm anúncios mais relevantes e uma experiência de checkout mais rápida, a Amazon obtém mais volume de compras", escreveu ele em um post sobre o acordo.