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Empresas poderão economizar até 42% no mercado livre de energia

Levantamento mostra que redução dos custos é maior no Distrito Federal, em Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco e São Paulo

Linha de transmissão de energia - Agência Brasil/Arquivo

Pequenas e médias empresas que decidirem, em 2024, migrar para o mercado livre de energia, no qual é possível fechar contrato diretamente com geradoras em vez de pagar a tarifa das distribuidoras, podem economizar até 42% na conta de luz. A conclusão é de um levantamento da Migratio Energia, comercializadora de energia elétrica no âmbito do Ambiente de Contratação Livre (ACL), uma das empresas que se prepara para a ampliação desse mercado a partir de janeiro.

Todos os consumidores de média e alta tensão, no chamado grupo A, a partir de janeiro, poderão optar pelo mercado livre, atualmente restrito a grandes consumidores, como indústrias de shoppings. A mudança vai permitir que 165 mil empresas de pequeno e médio porte possam escolher seu próprio fornecedor de eletricidade.

Hoje, elas ainda estão restritas às distribuidoras regionais, cuja tarifa é estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e acrescida de encargos. Como essas tarifas são distintas, há estados onde a mudança para o mercado livre representará mais economia que em outros.

A partir de uma simulação considerando tarifas de novembro, a Migratio concluiu que os estados onde é possível obter as maiores economias são Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco e São Paulo (confira o ranking na arte abaixo).

Uma portaria do Ministério de Minas e Energia definiu que todos os consumidores de alta tensão no país poderão escolher de quem querem comprar energia a partir de janeiro de 2024. Por enquanto, o mercado livre é acessível apenas a negócios com demanda contratada superior a 1.000 quilowatts (kW) ou aos com demanda mínima de 500kW, desde que com uso de fontes renováveis.

Na prática, explica Hélio Lima, sócio-diretor da Migratio Energia, apenas empresas cujas faturas de energia ficavam em torno de R$ 70 mil ou mais tinham como alternativa o mercado livre. A partir do próximo ano, até mesmo estabelecimentos com contas a partir de R$ 8 mil poderão aderir.

"Não é só a demanda, mas também o horário de consumo de energia que influencia no preço da conta de luz. Inclusive, há indústrias que param de funcionar no horário de ponta, entre 17h e 20h, porque não é vantajoso. Ou ainda, há algumas que usam geradores a diesel nesses intervalos. No mercado livre, isso não seria necessário" conta.

Vantagens da livre escolha
Em vez de estar sujeito a apenas um fornecedor de energia, pagando bandeiras tarifárias ao longo do ano, quem adere ao mercado livre pode fazer pesquisa de preço entre os fornecedores e negociar melhores valores para um determinado período. Os contratos variam, em geral, entre um e cinco anos e costumam ser reajustados pela inflação. Ainda assim, os clientes conseguem ter maior previsibilidade do valor que irão pagar pelo uso da energia.

Com os reservatórios das hidrelétricas abastecidos, Lima diz que o momento é interessante para contratos mais longos, diferentemente do cenário vivido em 2021, em meio à crise hídrica.

"A energia incentivada, que tem descontos maiores que 50% por ser de fonte renovável, é uma das coisas que reduz ainda mais o preço da energia. E, na Migratio, o consumidor recebe o certificado de que a energia foi adquirida de fonte renovável, que pode ser usado nas compensações das emissões de carbono da empresa" acrescenta.