Candidata libertária à vice-presidência argentina é contra memorial na Esma
O local, declarado patrimônio da Humanidade pela Unesco, foi o maior centro de detenção clandestina e tortura da ditadura entre 1976 e 1983
A candidata libertária à vice-presidência argentina, a ultradireitista Victoria Villarruel, criticou o memorial da antiga Esma, onde funcionou o maior centro de detenção clandestina e tortura da ditadura (1976-1983), declarado, este ano, patrimônio da Humanidade pela Unesco.
"A Esma são 17 hectares que poderiam ser desfrutados por todo o povo argentino, sobretudo, porque na ocasião estavam destinados a ser escolas e o que mais necessitamos são escolas", disse Villarruel ao ser perguntada se o local emblemático seguiria funcionando como memorial caso ela vença as eleições.
Villarruel é companheira de chapa do libertário Javier Milei para o segundo turno de 19 de novembro no qual disputarão a presidência e a vice-presidência contra os peronistas Sergio Massa, atual ministro da Economia, e Augustín Rossi, chefe de gabinete.
"A área dos Direitos Humanos tem sido um verdadeiro buraco negro para a entrega de subsídios, bens do Estado e indenizações", criticou a deputada e candidata, em referência às vítimas da ditadura e aos familiares dos desaparecidos que organizações humanitárias apontam beirar os 30.000.
"Acredito que deve haver uma auditoria de como esses fundos foram entregues, porque foram entregues com a fome de quem vive nas ruas", acrescentou em uma entrevista ao canal TN.
Villarruel, que preside o Centro de Estudos Legais sobre o Terrorismo e suas Vítimas, negou diversas vezes o número de 30.000 desaparecidos durante a ditadura.