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"Táxis voadores" para as Olimpíadas de 2024: autoridades de Paris denunciam projeto "absurdo"

Ideia, promovida em parceria com a fabricante alemã Volocopter, é aproveitar a visibilidade do evento para experimentar a circulação dos veículos em três rotas aéreas

Ideia, promovida em parceria com a fabricante alemã Volocopter, é aproveitar a visibilidade do evento para experimentar a circulação dos veículos em três rotas aéreas - Reprodução

Autoridades de Paris se manifestaram nesta terça-feira contra um projeto de experimentação de táxis voadores no Sena, e classificaram a iniciativa como "uma aberração ecológica". A ideia é promovida pelo grupo Aeroportos de Paris (ADP) e visa os Jogos Olímpicos de 2024.

Em parceria com a fabricante alemã Volocopter, a empresa pretende aproveitar a visibilidade do evento para experimentar a circulação de veículos voadores em três rotas aéreas.

O objetivo oficial, conforme a companhia, é "testar uma nova oferta de mobilidade em áreas urbanas muito densas". Para Dan Lert, vice-prefeito de Paris e adjunto da Transição Ecológica, "não existe nada de positivo no projeto", classificado por ele como "um acessório completamente desnecessário e altamente poluente", além de ser usado por apenas "alguns poucos privilegiados com pressa".

Poluição sonora e visual
No início de setembro, a Autoridade Ambiental (AE) francesa considerou "incompleto" o estudo de impacto do futuro vertiporto (local destinado a operação dos eVTOLs, ou carros voadores) experimental de táxis voadores no Sena, questionando a poluição sonora e visual, o consumo de energia e os riscos para a segurança dos passageiros e dos parisienses.

Por causa dessa avaliação ambiental, as autoridades deram um parecer negativo ao Conselho de Paris sobre a criação dessa plataforma de decolagem e pouso no cais do porto de Austerlitz.
 

"Aberração ecológica"
— Para economizar alguns minutos para alguns privilegiados apressados, ignorantes e desdenhosos da urgência climática, poluiríamos a atmosfera e destruiríamos o ambiente sonoro — disse o conselheiro Florian Sitbon (PS). Para percorrer 35 quilômetros, seria necessário desembolsar 140 euros (R$ 739, na cotação atual).

O prefeito do 15º distrito, Philippe Gougeon (LR), reiterou sua ambição de fechar permanentemente o heliporto de Issy-les-Moulineaux. Segundo ele, o consumo dessas aeronaves voadores é de "duas a três vezes maior do que um carro a motor de combustão para transportar apenas um passageiro". Já o conselheiro Jean-Noël Aqua chamou o projeto de "aberração ecológica".