GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

ONU pede investigação internacional sobre violações do direito na guerra Israel-Hamas

Não conseguiu entrar em Israel nem nos territórios palestinos, apesar de ter solicitado autorização

Vítimas que foram mortas no bombardeio israelense do lado de fora do hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza - Dawood Nemer/AFP

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu nesta quinta-feira (16) uma investigação internacional após "acusações extremamente graves" de violações do direito internacional na guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas.

"Alegações extremamente graves de múltiplas e profundas violações do direito internacional humanitário, independente de quem as cometa, exigem uma investigação rigorosa e a total responsabilização", declarou Volker Türk em uma sessão de informações para os países membros da ONU em Genebra.

"Quando as autoridades nacionais se mostram relutantes ou incapazes de realizar tais investigações, e onde há narrativas contestadas sobre incidentes particularmente significativos, uma investigação é necessária", destacou.

Türk fez as declarações após uma visita ao Oriente Médio na semana passada, durante a qual advertiu que as duas partes, Israel e Hamas, estariam cometendo "crimes de guerra".

Ele não conseguiu entrar em Israel nem nos territórios palestinos, apesar de ter solicitado autorização.

No dia 7 de outubro, o Hamas executou um ataque surpresa no sul de Israel e matou 1.200 pessoas, além de sequestrar outras 240, segundo as autoridades israelenses.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o movimento islamista e passou a bombardear diariamente a Faixa de Gaza. Mais de 11.500 palestinos morreram nos ataques, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

Türk afirmou que a guerra vai além de Gaza e se mostrou preocupado com "intensificação da violência e da discriminação contra os palestinos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental", a parte de maioria palestina da cidade sagrada.

"Na minha opinião, isto cria uma situação potencialmente explosiva e quero ser claro: estamos muito além do nível de alerta inicial. Estou soando o alarme mais alto possível sobre a Cisjordânia ocupada", disse.