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Chefe da diplomacia da UE pede a Israel "que não se deixe consumir pelo ódio"

Os bombardeios israelenses causaram 11.500 mortes, a maioria civis, incluindo 4.710 crianças, segundo o governo do Hamas

Soldados israelenses patrulham a Faixa de Gaza - AFP

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pediu nesta quinta-feira (16) a Israel que "não se deixe consumir pelo ódio" na guerra travada desde 7 de outubro contra o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

"Compreendo os seus medos e a sua dor. Compreendo o seu ódio. Mas permita-me pedir que não se deixe consumir pelo ódio", declarou o diplomata durante uma visita a um kibutz no sul de Israel, devastado pelos ataques de 7 de outubro.

Ele também pediu a "libertação imediata e incondicional" dos reféns.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada pelo ataque do movimento palestino em 7 de outubro, sem precedentes desde a criação de Israel.

Do lado israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram, principalmente civis massacrados naquele dia, e quase 240 pessoas foram feitas reféns, segundo as autoridades israelenses.

Em retaliação, Israel bombardeia incessantemente a Faixa de Gaza, que está sob cerco total.

Os bombardeios israelenses causaram 11.500 mortes, a maioria civis, incluindo 4.710 crianças, segundo o governo do Hamas.

Borrell, no kibutz Beeri – onde ao menos 85 pessoas morreram e outras 30 foram sequestradas – disse que "Israel (deve) ser defendido".

Mas, acrescentou, "um horror não justifica outro. Civis inocentes, incluindo milhares de crianças, morreram nas últimas semanas".

A dramática situação humanitária da população da Faixa de Gaza encurralada nos combates é motivo de preocupação para a comunidade internacional.

O Conselho de Segurança da ONU apelou na quarta-feira à "ampliação e urgência das pausas e corredores humanitários" para permitir a prestação de ajuda a civis no território palestino.