FERIADO

Após atos golpistas de 8 de janeiro, manifestações bolsonaristas de 15 de novembro têm adesão fraca

Até mesmo ex-presidente Jair Bolsonaro creditou a redução do público em um evento que participou em outubro a um reflexo dos atos golpistas de 8 de janeiro

Atos desta quarta-feira não reuniram público de eventos promovidos em anos anteriores - Reprodução/Dilson Dantas

As manifestações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, convocadas para o feriado de 15 de novembro, data em que se comemora da Proclamação da República, não atraíram tantos participantes como atos da mesma natureza promovidos em anos anteriores.

A dispersão acontece após as punições para participantes dos protestos golpistas de 8 de janeiro, quando manifestantes depredaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília. Até o momento, o Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 25 pessoas.

Nesta quarta-feira, foram convocadas manifestações em pelo menos 13 capitais: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Goiânia, Natal, Florianópolis, Cuiabá, Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Vitória e Salvador. Na capital paulista, os bolsonaristas se concentraram na frente do prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Às 13h, cerca de 100 pessoas estavam no local, com cartazes contra o STF e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No Rio de Janeiro, o grupo se reuniu na Avenida Atlântica, na Praia de Copacabana. Uma ação da Guarda Municipal na orla gerou tumulto com os manifestantes e um deles se jogou na frente de uma viatura. Já em Brasília, foram contabilizadas cerca de 200 pessoas no ato. O grupo promoveu uma caminhada no Eixo Rodoviário, com uma parada na frente do Banco Central, onde foram proferidos discursos.

Em outubro, o próprio Jair Bolsonaro creditou a redução do público presente em um evento em Belo Horizonte, como um reflexo dos atos de 8 de janeiro. De acordo com o ex-presidente, parte dos manifestantes que estiveram em Brasília no início do ano entraram em uma "arapuca da esquerda", numa tentativa de vincular os ataques golpistas ao novo governo.

— Creio que a diminuição do número de pessoas vai pelo temor do que aconteceu no 8 de janeiro. Agora lá eram brasileiros patriotas que foram se manifestar, entraram em uma arapuca, numa armadilha patrocinada pela esquerda. E hoje muitos irmãos nossos estão sendo condenados por esses atos. Reprovo, sim, a dilapidação de patrimônio público, mas não justifica a pena — disse Bolsonaro.

Apoiadores do ex-presidente já haviam tentado convocar manifestações outras duas vezes após o episódio de vandalismo em Brasília, nos feriados de 7 de Setembro e no dia 12 de outubro. Em ambas ocasiões, a presença de participantes nos atos foi menor do que de anos anteriores.