Brasil leva virada da Colômbia e acumula fracassos na era Diniz
Time sai na frente, com Martinelli, mas é superado ao longo da partida, com atuação brilhante de Luiz Díaz. Resultado deixa seleção fora da zona de classificação e consolida pior início de Eliminatórias
Com o resultado em segundo plano enquanto tenta mandar a campo novas ideias, a seleção brasileira comandada por Fernando Diniz protagonizou mais uma péssima noite nas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Um Brasil renovado, com quase todas as novas promessas ofensivas convocadas, não foi páreo para a Colômbia de Luiz Días, atacante do Liverpool e grande personagem da noite, com dois gols diante do pai, sequestrado nos últimos dias, mas libertado a tempo de ir ao jogo em seu país.
Após abrir o placar com Martinelli, do Arsenal, no começo da partida, a seleção caiu de produção e levou a virada na etapa final, já sem Vinicius Junior, que saiu lesionado ainda no início, e Rodrygo, mal substituído pelo treinador.
Agora, são duas derrotas seguidas, o que nunca ocorreu na competição preparatória para a Copa do Mundo, e a pior campanha da história em cinco partidas, com apenas sete pontos. Nesse momento, o Brasil inclusive está fora da zona de classificação para o Mundial de 2026, na quinta posição.
Terça-feira, o adversário será a Argentina, no Maracanã. Em tese, o último jogo oficial de Fernando Diniz antes de alguns amistosos, já que seu contrato vai até o meio de 2024. Até agora, os jogadores não conseguem sustentar a filosofia que o técnico tenta implementar.
O Brasil até começou empolgante. Além do belo gol cedo, em troca de passes de Vini Jr e Martinelli que terminou com bela finalização do atacante do Arsenal, a equipe esboçou uma movimentação atraente, com atacantes se revezando como meias, volantes pressionando no ataque, e uma compactação que parecia uma boa fórmula para vencer, não tivesse durado 15 minutos.
A dificuldade veio quando a Colômbia conseguiu igualar o meio-campo, ou até superar, com James Rodriguez surgindo bem atrás dos volantes, e Luis Díaz como válvula de escape perfeita. Quando saía de trás e esticava a bola para o atacante, o time da casa incomodava, e passou a dominar a partida. Primeiro, Díaz fez de Emerson Royal presa fácil, e quase marcou um gol. Depois, escapou pela direita, deixou Renan Lodi para trás, e teve nova chance do empate. Os dois laterais tiveram atuação muito ruim, demonstrando o drama no setor.
A essa altura a seleção já havia perdido Vini Jr, lesionado. João Pedro entrou em seu lugar, mantendo a formação com dois atacantes de mobilidade por dentro. Nesse momento ficou claro que Bruno Guimarães e André não conseguiam fazer o time jogar. Defensivamente, tornou-se uma equipe vulnerável demais. Os volantes eram bem marcados, a faltava um meia de articulação para levar a bola ao ataque. Raphinha e Martinelli se desdobraram pelas alas, mas a Colômbia conseguiu fechar bem os espaços. Fora um chute de longe e algumas enfiadas de bola frustradas, o Brasil não criou mais nenhuma chance real de perigo.
No segundo tempo, o Brasil tentou reagir e teve chance de ampliar, mas pecou no terço final. Mesmo com a Colômbia ainda dominante, dificultando muito a saída de bola da seleção, os passes mais verticais e a velocidade de Rodrygo proporcionaram alguns escapes perigosos. Raphinha teve duas chances claras, uma delas parou no goleiro e outra na trave. João Pedro escorou cruzamento perigoso também. E depois da saída de Rodrygo, Diniz lançou Paulinho, que entrou e de cara perdeu boa chance.
O curioso é que mesmo quando atacava, o Brasil finalizava a gol e dava espaços para a chegada perigosa da Colômbia. Na chance mais perigosa, com Luis Díaz outra vez, Alisson fez grande defesa. Mas tamanha a pressão, e com um Brasil já desorganizado e cansado, veio a virada. Primeiro, justamente quando a defesa brasileira estava alinhada, e viu cruzamento terminar na cabeça do atacante. Houve tempo para a consagração de Díaz com o gol da virada merecida.