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Em encontro com Eduardo Bolsonaro, Javier Milei defendeu armas, mercado livre e espalhou fake news

Ultraliberal enfrenta o candidato peronista Sergio Massa, ministro da Economia do governo argentino, na eleição presidencial no domingo (19)

Javier Milei ao lado do deputado Eduardo Bolsonaro - Reprodução

Candidato à Presidência da República da Argentina no segundo turno da eleição que será realizada neste domingo (19), Javier Milei foi uma das estrelas internacionais de um evento organizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro em Campinas (SP), em junho de 2022, o CPAC Brasil.

Milei está prestes a enfrentar o candidato peronista Sergio Massa, ministro da Economia do atual governo, presidido por Alberto Fernández, —, que tem apoio velado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Milei, por outro lado, é próximo às ideias de Jair Bolsonaro, em especial de Eduardo.

No palco ao lado do candidato de extrema-direita derrotado por Gabriel Boric na eleição chilena, José Antonio Kast, Milei defendeu liberdade econômica, o livre mercado irrestritos e o armamento da população civil, e tirou desinformação da cartola ao atacar o socialismo, ao dizer que regimes de esquerda "mataram 150 milhões de pessoas" no mundo.

Assim como o discurso bolsonarista em 2018 com Bolsonaro, Milei se gabou de contrariar a descrença de comentaristas de que ele pudesse se tornar um candidato viável, citando seu crescimento nas pesquisas eleitorais dos meses anteriores. Eduardo chegou a desdenhar o fato de que alguns levantamentos brasileiros apontavam uma eventual vitória de Lula no primeiro turno da eleição que ocorreria em alguns meses — o que acabou quase se concretizando.

Milei focou sua palestra no tema econômico, sua especialidade, e criticou a regulação da economia argentina, argumentando que a restrição do mercado e o controle de preços praticados pelo governo implicariam em violações do direito de propriedade.

Em seguida, questionado por Eduardo sobre o tema do armamento, o argentino replicou a versão bolsonarista segundo a qual a maior circulação de armas numa sociedade faria a taxa de criminalidade cair — o que não é amparado em evidência científica.

"Suponha que um criminoso queira roubar uma casa. E temos duas casas, uma (com o morador) armada até os dentes, e na outra em que estão desarmados. Onde ele vai entrar? Na que está desarmada" afirmou.

Por fim, Milei usou sua última fala para atacar a esquerda e atribuir números inverídicos a regimes socialistas, e ironizou as pessoas que o acusam de ser nazista, mencionando que ele lê a Torá (livro sagrado da religião judaica).

"Nós (direita) somos superiores (à esquerda) no plano moral. Eles são a inveja, o ódio, o ressentimento. E se for necessário o assassinato, nunca duvidem que esses delinquentes... esses assassinos mataram 150 milhões de seres humanos por um mero erro teórico chamado socialismo" declarou.

À época já colocado como presidenciável, Milei se considerava o único capaz de combater o "Foro de São Paulo", organização latino-americana de partidos de esquerda que se tornou uma obsessão para a direita radical, que superestima o poder e a influência do grupo.

"Nós somos os únicos opositores abertos às ideias do Foro de São Paulo. A partir de 2023 seremos uma verdadeira opção a todas essas distintas versões de socialismo" afirmou, em entrevista ao canal The Epoch Times Brasil.