Gaza

"Não vamos pedir a lua", diz ONU ao reivindicar "cessar-fogo humanitário" em Gaza

Em 28 de outubro, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução para pedir uma "trégua humanitária imediata" no conflito entre as nações

Faixa de Gaza - Fadel Senna/AFP

Um "cessar-fogo humanitário" é necessário para que se possa levar ajuda a 2,2 milhões de pessoas presas no conflito israelense-palestino em Gaza, instou nesta sexta-feira (17), na Assembleia-Geral da ONU, Martin Griffiths, subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da organização.

“Chamem como quiserem, mas o requisito, de um ponto de vista humanitário, é simples: dissuadir os combates para que os civis possam se deslocar com segurança”, disse o funcionário durante uma sessão informativa sobre a situação na Faixa de Gaza.

Em 28 de outubro, a Assembleia-Geral da ONU aprovou uma resolução para pedir uma "trégua humanitária imediata" no conflito entre Israel e o movimento islâmico palestino Hamas.

“É preciso manter-la pelo maior tempo possível, para facilitar uma resposta humanitária sem travas”, defendeu Griffiths ao apresentar um plano de 10 pontos. "Considere à população de Gaza um alívio das coisas horríveis que foram impostas nestas últimas semanas."

Também pediu que o Hamas libertasse “sem condições todos os reféns” que capturou durante os seus ataques “brutais, desumanos” em 7 de outubro em Israel, que deixaram 1.200 mortos, segundo as autoridades israelenses.

Desde então, a retaliação militar israelense contra Gaza deixou 12.000 mortos, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o último balanço do grupo islâmico.

Entre os 10 pontos exigidos pela ONU, destacam-se um fluxo contínuo de ajuda, mais pontos de acesso a Gaza, em particular o de Kerem Shalom, por onde entrava 60% dos bens antes do início das hostilidades. Atualmente, o único ponto acessível é o de Rafah, na fronteira com o Egito.

Além disso, o protocolo é combustível, essencial para distribuir a ajuda humanitária e manter "as pessoas vivas".

Outros requisitos incluem a criação de centros de distribuição, acesso seguro e sem obstáculos para organizações humanitárias, melhorar as comunicações, áreas seguras para civis, aumentar os refúgios para desabrigados e financiamento para esta operação, avaliados em cerca de 1,2 bilhões de dólares ( 5,87 bilhões de reais).

"Não estamos pedindo a lua. Pedimos medidas básicas para satisfazer as necessidades essenciais da população civil e impedir o andamento desta crise", disse Griffiths.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou, por sua vez, que a "atual proposta israelense da chamada Zona Segura é insustentável" porque não é "segura nem viável para o número de pessoas que precisam".

“Muitos civis não estão em condições de acatar as instruções das forças israelenses de se deslocar para outro lugar diante do bombardeio iminente” das áreas em que moram, lembrou.