Combates

Confrontos em Mianmar deixam 26 mil desabrigados nesta sexta-feira (17)

Os combates entre os militares e o Exército de Arakan (EA) "deixaram 26.175 pessoas deslocadas"

Mianmar - Mai Nyi/AFP

Novos confrontos entre soldados birmaneses e um grupo armado de uma etnia minoritária causaram a deslocação de mais de 26 mil pessoas no estado de Rakhine, no oeste de Mianmar, informou a ONU nesta sexta-feira (17).

Os combates entre os militares e o Exército de Arakan (EA) “deixaram 26.175 pessoas deslocadas” em Rakhine, indicou o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

Os combatentes do Exército de Arakan - antigo nome de Rakhine - lançaram uma série de ataques contra as forças de segurança nos estados de Rakhine (noroeste) e Chin (noroeste) na segunda-feira, colocando fim a um cessar-fogo assustador.

De acordo com o OCHA, pelo menos 11 pessoas morreram em bombardeios militares contra posições da EA desde segunda-feira.

A junta bombardeou na quinta a cidade de Pauktaw, no estado de Rakhine, e atirou de helicópteros depois que os homens do EA tomaram brevemente a delegacia de polícia, afirmaram moradores à AFP.

Os militares depois tomaram o controle da cidade e, nesta sexta, a imprensa local citou moradores que relataram que cerca de 50 pessoas tinham sido detidas e havia temores de um número indeterminado de mortes.

Pelo menos 19 mil pessoas fugiram de Pauktaw, segundo o OCHA, que também revelou que mais de 100 pessoas foram presas desde que os combates foram retomados.

Há anos a EA lidera uma guerra pela autonomia da população da etnia Rakhine deste estado.

Desde o mês passado, os combatentes da EA, em aliança com outros dois grupos armados de minorias étnicas, lutam também contra a junta no estado de Shan, perto da fronteira chinesa.

A aliança, que inclui o Exército da Aliança Democrática Nacional de Mianmar e o Exército de Libertação Nacional Ta'ang, tomou cidades e bloqueou rotas comerciais obrigatórias para o comércio com a China.

A experiência despertou outros opositores ao regime militar, e os confrontos se espalharam para as fronteiras ocidentais e orientais de Mianmar, no que os analistas consideraram o maior desafio para a junta desde que ela assumiu o poder em 2021.