BRASIL

Bolsonaro vê "traição" de deputados do PL que apoiaram reforma tributária

Proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados com o apoio de 20 parlamentares do partido do ex-presidente; no Senado, um parlamentar teve o mesmo comportamento

Jair Bolsonaro - Valter Campanato/Agência Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou neste sábado a votação de parte da bancada de seu partido na Reforma Tributária, aprovada no Congresso Nacional. Durante um evento do PL Mulher em Porto Alegre, ele afirmou que, assim como Jesus Cristo, enfrenta traições. Na Câmara dos Deputados, vinte parlamentares descumpriram a ordem do partido e deram aval à proposta. No Senado, Eduardo Gomes (PL-TO) foi o único que se manifestou pela aprovação.

" Essa atual reforma tributária não tem nada de privada. Por isso, o nosso partido desde o primeiro momento fechou posição. Que pena que uma minoria tenha se vendido. Jesus tinha 12, um traiu. Nós temos 99, dez vão trair também " disse.

Em relação ao governo Lula, Bolsonaro voltou a questionar o fato do Planalto não considerar o Hamas enquanto uma organização terrorista. O Brasil segue a classificação das Nações Unidas.

No evento desta manhã, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro aproveitou para criticar o ministro da Justiça, Flávio Dino, pela presença de Luciane Barbosa Freitas, mais conhecida como a "dama do tráfico amazonense" em duas agendas em sua pasta. Luciane é esposa de Clemilson dos Santos Farias, líder do Comando Vermelho, o que foi inicialmente divulgado em uma reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo". Dino, contudo, não esteve presente nessas reuniões.

" Esses dias a dama do tráfico estava lá em Brasília, por quê? Como um ministro consegue entrar numa favela sem segurança? Quando o atual presidente ganhou, quem comemorou? O crime organizado" disse Michelle Bolsonaro.

A ex-primeira-dama se referiu a uma agenda cumprida por Dino na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Em março deste ano, o ministro esteve na comunidade carioca para o lançamento de um boletim sobre violência, onde encontrou diversas lideranças locais. À época, a base bolsonarista o acusou de ter "envolvimento com o crime organizado". "Flávio Dino, o ministro que entra na Maré, complexo de favelas mais armado do Rio, com apenas dois carros e sem trocar tiros", escreveu Eduardo Bolsonaro (PL) no antigo Twitter na época.

A esposa de Jair Bolsonaro (PL) seguiu com as acusações contra o ministro e o presidente: " Será que é por isso que seu ministro consegue entrar numa favela sem segurança? Será que é por isso que hoje abre as portas do ministério para receber a dama do tráfico? Porque ele não recebe as mamães atípicas que estão esperando atendimento"afirmou Michelle.