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"El loco, excêntrico e forasteiro": imprensa internacional repercute eleição de Milei na Argentina

Ultraliberal obteve uma vantagem de mais de dez pontos sobre o peronista Sergio Massa

Presidente eleito da Argentina, Javier Milei - Luís Robayo/AFP

A vitória do ultradireitista Javier Milei na eleição presidencial Argentina, neste domingo (20), ocupou espaço nas páginas das principais publicações internacionais. Com uma participação de 76% dos eleitores, um pouco abaixo dos 77,65% registrados no primeiro turno, o fundador e líder do partido A Liberdade Avança se tornará em 10 de dezembro o primeiro outsider da História da Argentina a assumir o cargo de presidente.

O britânico “The Guardian” lembrou que Milei “prometeu “exterminar” a inflação e passar a motosserra no Estado (...) catapultando a segunda maior economia da América do Sul para um futuro imprevisível e potencialmente turbulento”. O jornal também comparou o perfil caricato de Milei aos ex-presidentes, americano Donald Trump, e brasileiro Jair Bolsonaro.

A rede de TV americana NBC News afirmou que o resultado leva a Argentina à direita em meio ao “descontentamento com o aumento da inflação e do aumento da pobreza”. “As declarações de Milei repercutiram amplamente entre os argentinos irritados com sua luta para sobreviver, especialmente os jovens”, explica a NBC sobre a vitória de Milei.

O jornal "New York Times" afirmou que o próximo presidente da Argentina é um economista libertário “cujo estilo ousado e adoção de teorias da conspiração têm paralelos com os de Donald J. Trump”. Já o “Wall Street Journal” classificou Milei como forasteiro libertário, que diz que vai derrubar anos de governo populista de gastos livres.

O português “Diário de Notícias” chamou Milei de “excêntrico” e lembrou que o novo presidente é um "outsider" total. “ex-goleiro, ex-cantor de rock, ex-intérprete de si mesmo no teatro, notabilizou-se como comentarista econômico na televisão, com rompantes coléricos e ideias radicais, entre as quais, a dolarização do peso argentino, a implosão do Banco Central, a legalização do comércio de órgãos humanos”, diz a publicação.

O espanhol “El País” cravou que a “Argentina abraçou a extrema-direita sem nuances”. A Argentina abraçou a extrema-direita sem nuances. O jornal citou que os votos de Milei vieram principalmente das classes médias e mais baixas, com foco nos jovens. "Farto das recorrentes crises econômicas, este eleitor nascido na democracia abraçou as ideias do ultradireitista e a sua promessa de colocar tudo abaixo para começar de novo".