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Haddad sobre a vitória de Milei na Argentina: "Agora é desejar sorte"

Em outubro, Fernando Haddad já havia admitido que uma eventual vitória do então candidato preocuparia o governo brasileiro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou nesta segunda-feira (20) o resultado das eleições na Argentina. Javier Milei, da direita radical, foi eleito presidente do país neste domingo.

"Agora é desejar sorte. O presidente (Lula) demonstrou apreço pela democracia, o nosso continente tem que se fortalecer. Vamos aguardar os acontecimentos" disse Haddad, em conversa com jornalistas.

Em outubro, Fernando Haddad já havia admitido que uma eventual vitória de Milei preocupa o governo brasileiro. A Argentina é o principal parceiro do Brasil na América do Sul.

No primeiro turno, o então candidato à Presidência ficou em segundo lugar, quase sete pontos porcentuais abaixo do peronista Sergio Massa. No domingo, Javier Milei venceu com folga a disputa pelo comando da Casa Rosada. Com mais de 99% dos votos apurados, ele obteve 55,70%, e Massa 44,30%.


O presidente-eleito já disse que pretende tirar a Argentina do Mercado Comum do Sul (Mercosul). O bloco econômico sul-americano, formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e outros países associados, é considerado estratégico pelo governo brasileiro. Uma das prioridades, no momento, é acelerar o trâmite do acordo de livre comércio com União Europeia, que pode ficar sob risco na gestão de Milei.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda no domingo, também desejou sorte e êxito ao novo governo, mas não citou o nome do vencedor. Ele parabenizou as instituições e a população argentina pela condução do processo eleitoral.

Durante a campanha presidencial na Argentina, Milei citou recorrentemente Lula, a quem chegou a chamar de "presidiário". O bolsonarismo apoiou o candidato vencedor.

Em agosto de 2023, Argentina e outros países foram convidados para integrar o Brics a partir de janeiro de 2024. O grupo foi fundado em 2006, com Brasil, China, Rússia e Índia, consideradas algumas das principais economias emergentes do mundo.