Milei anuncia primeiro ministro do novo governo e fala em privatizar petrolífera e TV pública
Presidente eleito afirmou que vai nacionalizar empresas públicas de comunicação e estatal de petróleo
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, afirmou que irá privatizar a empresa estatal de petróleo YPF e as empresas públicas de comunicação do país, em seu primeiro anúncio público sobre o futuro do governo. Em uma série de entrevistas a rádios argentinas, Milei garantiu que "o que puder" ficar nas mãos do setor privado ficará, e começou a desenhar o futuro gabinete de governo.
As primeiras empresas públicas mencionadas por Milei como alvos de privatização foram a YPF, empresa estatal de exploração e refino de petróleo e gás natural, e a TV Pública. Quanto à petrolífera, nacionalizada em 2012 durante o mandato presidencial de Cristina Kirchner, o presidente eleito afirmou que seria preciso "reconstruí-la" e recuperar seu valor, após o que classificou como anos de deterioração.
" Na transição que estamos pensando na questão energética, a YPF e a Enarsa têm um papel. Desde que essas estruturas sejam racionalizadas, elas serão colocadas para criar valor para que possam ser vendidas de uma forma muito benéfica para os argentinos" disse Milei.
Em uma nota para a Radio Mitre, o presidente eleito também criticou a TV Pública argentina e revelou que pretende privatizá-la. Milei ainda acusou a emissora de ter se transformado em um "mecanismo de propaganda" durante o governo peronista.
" Setenta e cinco por cento do que foi dito sobre nosso lado foi de maneira negativa, com mentiras e apoiando a campanha do medo. Não vou aderir a essas práticas de ter um ministério da propaganda" afirmou.
Ministro anunciado
Milei também antecipou um pouco do que deve ser o seu gabinete, quando assumir em dezembro. De acordo com o presidente eleito, a organização do Executivo nacional terá apenas oito ministérios.
O ultraliberal também anunciou o advogado criminal Mariano Cúneo Libarona como ministro da Justiça, e Carolina Píparo, como chefe da Administração Nacional da Seguridade Social (Anses).
" Vamos surpreender com a equipe que estamos montando. Estamos juntando especialistas de vários espaços, mas com a convicção de mudar a Argentina rumo às ideias de liberdade. Os mais talentosos vão ficar lá dentro, não importa de onde venham, o que importa é resolver os problemas dos argentinos" anunciou.
Embora tenha agradecido ao ex-presidente Mauricio Macri e a candidata presidencial Patricia Bullrich pelo apoio no 2º turno (o que parece ter sido fundamental para sua vitória), Milei não confirmou nenhum nome ligado diretamente ao Pro, partido dos aliados. Citada pelo La Nacion, Bullrich afirmou não ter discutido cargos no governo com Milei, mas sinalizou que isso poderia acontecer.
"Eles conhecem a força que tem o Pro, o que pode ajudar a um governo, mas não falamos de forma concreta. Só trabalhamos no apoio para que nossos votos fossem para Milei", disse.