VSR é a principal causa de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Brasil este ano, aponta Fiocruz
Vírus Sincicial Respiratório é extremamente grave para bebês recém-nascidos, principalmente os prematuros
Dados do boletim Infogripe, da Fiocruz, divulgado esta semana, o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é a principal causa de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil em 2023. O último relatório aponta que neste ano foram 62.406 casos de SRAG com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, sendo 34,5% para VSR. Logo em seguida vem a Covid-19 (Sars-CoV-2), com 33,1%.
O VSR é uma infecção viral comum que afeta principalmente o sistema respiratório de bebês e crianças pequenas. Embora possa parecer uma doença trivial para muitos, ela pode ser extremamente prejudicial e até mesmo fatal para os bebês mais vulneráveis.
— Bebês têm um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, o que os torna particularmente vulneráveis ao VSR. Quando infectados, os sinais iniciais podem ser semelhantes aos de um resfriado comum, incluindo coriza, tosse e dificuldade leve para respirar. No entanto, em bebês prematuros ou com condições médicas subjacentes, o VSR pode causar infecções respiratórias graves, com maior risco de desenvolver bronquiolite e pneumonia, de hospitalizar e de ir ao óbito — explica Isabella Ballalai, pediatra e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Segundo a especialista, considerando o aumento da atividade dos vírus respiratórios em níveis pré-pandêmicos, e as hospitalizações associadas, predominantemente, entre crianças com menos de 2 anos de idade, na sub-região dos Andes e no Cone Sul, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) recomenda aos Estados Membros que fortaleçam e integrem a vigilância da influenza, vírus sincicial respiratório (VSR) e Covid-19 e que adotem as medidas necessárias para a prevenção e o controle de resultados graves, incluindo a garantia de alta cobertura de vacinação em grupos de alto risco, manejo clínico apropriado, organização adequada dos serviços de saúde, cumprimento estrito das medidas de controle de prevenção de infecções, suprimentos adequados de antivirais e tratamento oportuno das complicações associadas.
— No Brasil, até́ até a 19ª semana de 2023, a atividade de Síndrome Respiratória Aguda Grave estava em níveis epidêmicos, enquanto a atividade da gripe estava acima da média sazonal em níveis de baixa intensidade. Desde abril, há um crescimento significativo de novos casos semanais e hospitalizações devido ao VSR em crianças, principalmente com 2 anos de idade ou menos — afirma a médica.
Bebês têm um sistema imunológico ainda em desenvolvimento, o que os torna particularmente vulneráveis ao VSR. Quando infectados, os sinais iniciais podem ser semelhantes aos de um resfriado comum, incluindo coriza, tosse e dificuldade leve para respirar, detalha Ballalai.
— No entanto, em bebês prematuros ou com condições médicas subjacentes, o VSR pode causar infecções respiratórias graves, com maior risco de desenvolver bronquiolite e pneumonia, de hospitalizar e de ir ao óbito.
Os fatores de risco para doença grave são: idade inferior a 12 semanas, história de parto prematuro (em particular com menos de 32 semanas), doença cardiopulmonar e cardiopatia congênita (hemodinamicamente significativa), distúrbios neuromusculares ou imunodeficiência, lista a especialista. Segundo ela, esses fatores devem ser avaliados ao tomar decisões sobre a avaliação e manejo de crianças com bronquiolite.
O tratamento do VSR
De acordo com a Organização Panamericana de Saúde, o tratamento com anticorpo monoclonal humanizado foi associado a uma redução de 43% na taxa de hospitalizações relacionadas ao VSR em crianças com cardiopatia congênita hemodinamicamente significativa e uma redução no chiado recorrente. O custo e a forma de administração do medicamento continuam sendo um desafio, embora sua relação custo-benefício esteja bem documentada.
— O Vírus Sincicial Respiratório é uma infecção viral séria que pode ter impactos significativos na saúde dos bebês. É crucial que os pais, cuidadores, profissionais de saúde e a sociedade como um todo estejam cientes da gravidade dessa infecção e das medidas preventivas necessárias para proteger os bebês contra o VSR. A educação e a conscientização desempenham um papel fundamental na luta contra essa doença. Juntos, podemos garantir um ambiente mais seguro para os pequenos e minimizar os riscos associados ao Vírus Sincicial Respiratório — finaliza Isabella Ballalai, pediatra e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).