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Argentina eleva dólar exportação, para conter corrida à moeda americana após vitória de Milei

Cotação será mantida até 10 de dezembro, quando o presidente eleito assume o governo do país

A inflação na Argentina - Juan Mabromata/AFP

Após a derrota eleitoral para Javier Milei, o ministro da Economia e candidato da União pela Pátria, Sergio Massa, reuniu sua equipe na noite se segunda-feira (20) para definir a transição. Diante do receio de uma escalada na cotação do dólar hoje, foi decidido que haverá uma alta do dólar usado por exportadores. A Argentina tem mais de uma dezena de cotações da moeda americana.

De acordo com decreto publicado nesta terça-feira (21), haverá uma mudança na fórmula que determina o câmbio para exportadores, elevando o valor da cotação do dólar para 614 pesos, uma valorização de pouco mais de 20%.

Até sexta-feira passada, o câmbio usado em vendas ao exterior era definido por uma fórmula que combinava dólar oficial (70% do valor) e dólar usado em contratos de liquidação (30%). Isso fazia com que a moeda americana para exportadores saísse por 508 pesos.

A partir desta terça-feira (21), a fórmula será 50%/50%. Esse cálculo será mantido até ao menos 10 de dezembro, quand Milei assume a presidência da Argentina.

A ideia por trás da mudança é atrair divisas para o país. A Argentina vive uma profunda crise com escassez de dólares e inflação que supera 100% em 12 meses.

A cotação do dólar blue, negociado no mercado paralelo, é de 950 pesos nesta manhã. O câmbio já ultrapassou mil pesos durante a corrida eleitoral.

Embora os bancos tenham tomado medidas antes da votação de domingo para garantir que teriam dinheiro suficiente em mãos, executivos do setor têm dito aos reguladores, em conversas privadas, que podem precisar de ajuda adicional para reforçar o sistema.

No seu discurso após a vitória, Milei disse que pretende seguir com seu plano de privatizar estatais, fechar o banco central e dolarizar a economia, mas analistas são céticos quanto à viabilidade dessas medidas.