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Lula elogia Haddad e diz que mercado percebeu que "país deixou de brincar"

Presidente diz o governo vai cumprir seus compromissos por mais "sacrifício que seja"

Lula e Haddad - Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma nova avaliação sobre o trabalho de Fernando Haddad no Ministério da Fazenda e declarou que o mercado financeiro estaria percebendo que o Brasil “deixou de brincar”. Após um período de intensa discussão sobre a meta fiscal de déficit zero, Lula disse que o governo vai cumprir seus compromissos.

"A seriedade com que o companheiro Haddad deu no Ministério da Fazenda, faz com que a gente vá conquistando credibilidade interna, credibilidade externa, e o mercado vai percebendo que esse país deixou de brincar, porque esse país, há muito tempo, não era levado a sério" declarou Lula.

Ao lado do titular da economia na sua live semanal, Lula disse que é preciso cumprir compromissos “por mais sacrifício que seja”.

"As pessoas não cumpriam aquilo que falavam. Eu acho que em política você tem que cumprir cada coisa que você prometeu, por mais sacrifício que seja, não mude (o compromisso)."

A meta de zerar o déficit nas contas públicas em 2024 está mantida, por ora. Esse objetivo do Ministério da Fazenda foi colocado em xeque pelo próprio presidente no fim de outubro. Porém, na última semana, o governo se reuniu com o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), e ministros. Após a conversa interna, o objetivo fiscal foi mantido.

Lula vinha mostrando preocupação com o nível de bloqueio que poderia ser realizado em 2024 para atingir a meta de zerar o rombo.

Isso porque o arcabouço fiscal permite uma trava de até 25% das despesas discricionárias (não obrigatórias) se a meta está em via de ser descumprida. Seria, na prática, algo próximo de R$ 52 bilhões.

Após costuras internas, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) apresentou ontem uma emenda ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 limitando o valor que pode ser bloqueado pelo Executivo a R$ 23 bilhões. Foi o meio-termo encontrado.

A meta fiscal de 2024 é endossada também pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele vem reconhecimento publicamente que a tarefa não é fácil, mas apresenta uma sinalização positiva sobre o controle das contas públicas. Para alcançar o déficit zero serão necessários cerca de R$ 168 bilhões a mais em arrecadação.