BRASÍLIA

Líder do governo pede que passagens aéreas sejam liberadas para ministros voltarem para casa

Emenda apresentada por Randolfe Rodrigues abre brecha para que benefício seja concedido em qualquer ocasião

Senador Randolfe Rodrigues - Pedro França/Agência Senado

O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), protocolou uma emenda ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 que abre brecha para ministros terem como benefício o pagamento de passagens aéreas no trecho entre Brasília e o estado de origem.

Hoje, o transporte de ministros de Brasília para os estados de origem dos membros do executivo é permitido se for comprovada agenda oficial no mesmo local de residência, o que ocorre também em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

O trecho proposto por Randolfe, porém, abre brecha para que a volta para casa seja compreendida como fato de interesse público e, portanto, não necessitaria de compromissos oficiais como justificativa.

“Somente serão concedidas diárias e adquiridas passagens para servidores, membros ou colaboradores eventuais dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União no estrito interesse do serviço público, nele compreendido o transporte entre Brasília e o local de residência de origem de membros do Poder Legislativo, Ministros do Supremo Tribunal Federal e Ministros de Estado”, diz a emenda.

A reportagem procurou o senador Randolfe Rodrigues, mas ainda não obteve resposta. O relator da LDO, Danilo Forte (União-CE), ainda não emitiu parecer sobre a emenda.

Randolfe justifica que é preciso “garantir isonomia entre os poderes Legislativo, Judiciário e Executivo ao permitir que autoridades da República possam se deslocar de Brasília apenas para suas residências de origem”. Hoje, parlamentares já podem voar para Brasília com recursos públicos.