CONCESSÃO DE CRÉDITO

Movimento nacional em defesa do Parcelado Sem Juros é lançado

Ao todo, 11 instituições apartidárias estão envolvidas

jcomp/ Freepik

Nesta terça-feira (21) um grupo de 11 instituições lançou um movimento nacional em defesa do Parcelado Sem Juros (PSJ). Chamado "Parcelo Sim!", o movimento tem como objetivo preservar uma conquista histórica dos consumidores e angariar apoio com o maior número possível de assinaturas.

De acordo com os representantes, apesar de apartidário, a ação pretende sensibilizar autoridades políticas do Executivo e do Legislativo a evitar que a população economicamente ativa e os varejistas sejam vilipendiados pelos grandes bancos. Além disso, pode ser visto como uma importante possibilidade de concessão de crédito no Brasil, beneficiando diariamente 200 milhões de brasileiros.

Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), revelam que essa modalidade de pagamento é adotada por 90% dos varejistas e, segundo o Datafolha, 75% da população faz uso dela. O que pouca gente sabe é que estão tentando mexer nele e limitar esse direito do consumidor. Se isso acontecer, 42% das pessoas reduzirão seus gastos pela metade, segundo o Instituto Locomotiva. A mesma pesquisa mostra que 115 milhões de brasileiros só conseguiram realizar seus sonhos até hoje com ajuda do PSJ.

"A modalidade de compra parcelada sem juros é essencial para a economia, para o comércio e, principalmente, para as famílias de menor renda. Imagine não poder contar com ela em situações emergenciais. O Movimento 'Parcelo Sim!' é propositivo, com a reunião de mais de 10 entidades. Queremos informar a população sobre as consequências nefastas que uma mudança nesse produto, que é o campeão de preferência do consumidor, pode provocar. É muito importante que todos participem do abaixo-assinado para juntos vencermos essa batalha", comenta Paulo Solmucci Júnior, presidente-executivo da Abrasel.

Décio Lima, presidente nacional do Sebrae, também explica que a medida é boa para quem compra e para quem vende. Segundo ele, "a maioria dos empreendedores usa essa modalidade para ganhar fôlego no capital de giro. Para a população mais pobre, que precisa comprar comida, remédio ou eletrodomésticos, é uma ferramenta de crédito insubstituível, por ser a única sem juros no País", diz. 

Para as entidades envolvidas, a tentativa dos grandes bancos de eliminar ou restringir o Parcelamento sem Juros é vista como uma estratégia para compensar a redução das taxas elevadas do crédito rotativo e uma busca para recuperar vantagens frente às fintechs. 

Henrique Lian, diretor de Relações Institucionais e Mídia da Proteste, destaca a obrigação constitucional do Estado, representado pelo Congresso e Conselho Monetário Nacional, em defender os consumidores, que são os agentes de mercado mais vulneráveis. Ele ressalta que, "apesar de serem os que acabam pagando a conta, os consumidores frequentemente não são adequadamente ouvidos e considerados", finaliza.