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Americanas: Justiça autoriza assembleia de credores para aprovar plano de recuperação em dezembro

Empresa tem dívidas de R$ 42 bilhões

Americanas está em processo de recuperação judicial - Reprodução

A Americanas está na reta final da negociação com os bancos e prestes a fechar o acordo com seus principais credores para conseguir votar seu plano de recuperação judicial. Mas ainda não há uma data para assinatura final.

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na tarde desta terça-feira, a varejista disse que os "termos finais do Plano de Recuperação Judicial, assim como de eventuais acordos de apoio ao Plano, entre companhia e seus principais credores financeiros, ainda se encontram em negociação, não sendo possível precisar se ou quando tais negociações serão concluídas".

Na semana passada, a varejista divulgou seus resultados financeiros dos anos de 2021 e 2022, que acumulam prejuízo de cerca de R$ 20 bilhões. A companhia entrou em processo de recuperação judicial após a revelação de um rombo superior a R$ 25 bilhões, em janeiro deste ano.

Até sexta-feira passada, a companhia já tinha o aval de bancos que somam 60% das dívidas para levar o plano de recuperação judicial a votação, que foi marcado para o dia 19 de dezembro, véspera do recesso judiciário. Mas a data ainda depende de aval da Justiça.

Entre os pontos que estão sendo finalizados estão os termos jurídicos do acordo final. São várias as preocupações jurídicas dos bancos, como a conversão da dívida em ações, a proibição de não litar a empresa e seus acionistas, já que as investações estão em curso, e preocupações em torno de futuras revelações de fraudes contábeis.

A companhia tenta ainda ampliar a margem de bancos credores, já que a votação precisa ser por valor e por "cabeça". Entre as instituições financeiras, o Safra ainda não deu o aval final, segundo fontes.

Segundo o plano apresentado, os acionistas de referência da varejista — os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles — vão aportar no curto prazo R$ 12 bilhões. Haverá ainda, por parte dos credores, uma contrapartida, no qual eles vão receber um total de R$ 12 bilhões em ações da empresa.

A empresa tem dívidas de R$ 42 bilhões. Desse total, cerca de R$ 37,3 bilhões são relativas à dívida financeira e o restante envolve os créditos de fornecedores e despesas trabalhistas.