Saúde

Pneumonia e sepse: entenda as condições que mataram a jornalista da Canção Nova, Elaine Santos

A apresentadora, internada com insuficiência respiratória, estava grávida de 23 semanas, e o bebê também não resistiu

Elaine estava grávida do segundo filho, que também não resistiu - Reprodução

A jornalista Elaine Santos, de 38 anos, morreu nesta terça-feira, vítima de pneumonia e sepse. A apresentadora do Canção Nova Notícias estava grávida de 23 semanas, e o bebê também não resistiu. De acordo com a emissora católica, Elaine foi internada na manhã de segunda-feira com insuficiência respiratória.

No Instagram, Elaine publicava fotos e vídeos da rotina de trabalho e da família, com mensagens religiosas. Ela era casada com Fernando Toledo desde 2015. O casal tem um filho de três anos, Léo, que a mãe publicava fotos e vídeos ativamente nas redes sociais. A jornalista estava grávida há seis meses de um menino, que se chamaria Rafael.

O que é a pneumonia?
A pneumonia é uma infecção respiratória que afeta os pulmões, pode ser causada por bactérias, vírus e, em casos raros, por fungos, e acomete principalmente pessoas com doenças pulmonares, idosos com mais de 60 anos e crianças de até 5 anos. A doença não é transmissível e, se não tratada corretamente, pode levar à morte — é a principal causa de óbito por doença infecciosa no mundo.

Quais são os sintomas da pneumonia?
As pneumonias bacteriana, viral e fúngica têm sintomas parecidos com a gripe, como catarro amarelado, febre alta, tosse e falta de ar, e podem confundir o paciente. Entretanto, o que difere são dores inflamatórias fortes no pulmão, respiração acelerada, sensação de peito carregado e pesado, calafrios, mudanças na pressão arterial, mal estar generalizado, além de sentir um cansaço e fadiga extrema. Esses sinais podem permanecer por três dias ou mais, mesmo depois de tomar remédio.

Quais são as causas da pneumonia?
Em caso de pneumonia adquirida na comunidade, a pessoa entra em contato com bactérias comuns do seu cotidiano em casa, mas, por alguma deficiência no sistema imunológico, pode desenvolver a doença.

Já no caso hospitalar, é adquirida quando o paciente está internado, principalmente intubado, e contrai a doença por contato com bactérias presentes no hospital, mais agressivas e resistentes a antibióticos. Geralmente, são quadros mais letais.

O tipo viral é desenvolvido em decorrência de outras condições respiratórias que facilitam a entrada de agentes infecciosos que levam à pneumonia. No caso fúngico, ocorre em contato com ambientes isolados, como cavernas, e dificilmente há casos em zonas urbanas.

Causas de morte de pneumonia
A complicação mais comum no caso de uma pneumonia que leva um paciente à óbito é o baixo nível de oxigênio na corrente sanguínea, causando falta de ar e que pode causar um quadro de insuficiência respiratória, além de uma parada cardiorrespiratória.

A diminuição da pressão arterial também pode ser uma possível causa de morte, visto que o micro-organismo responsável pela pneumonia pode entrar na corrente sanguínea, ou a resposta do corpo à infecção pode ser exagerada, resultando em um quadro clínico denominado sepse, inflamação que se espalha pelo organismo diante de uma infecção, podendo levar a queda da pressão arterial e falência de órgãos.

A pneumonia não tratada também pode causar um abscesso pulmonar, formada quando uma pequena área do pulmão morre e um acúmulo de pus se forma no lugar, podendo resultar em uma infecção necrosante. Outra complicação desencadeada pela condição é um empiema, presença de pus no espaço entre o pulmão e a parede torácica, que também pode levar a morte.

Por último, entre os principais riscos, ainda há as lesões graves dos pulmões, que podem ter quadros irreversíveis da doença. Isso acontece após uma infecção devastadora ou inflamação excessiva em resposta à infecção. Essas lesões podem causar falta de ar, geralmente com uma respiração rápida e superficial, pacientes com este tipo de quadro podem precisar de apoio respiratório com um ventilador mecânico por um período de tempo estendido.

Sepse
Quadros de infecção generalizada, também chamada de sepse, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma crise de saúde global, acomete a cada ano 50 milhões de pessoas por ano. Dessas, 11 milhões morrem da doença.

Os números no Brasil são mais assustadores. De acordo com a cardiologista, emergencista e intensivista Ludhmila Hajjar, professora titular de Emergências da Faculdade de Medicina da USP e diretora da Cardiologia do Vila Nova Star, em São Paulo, a infecção generalizada já é a 3ª causa de morte no país.

Enquanto que nos Estados Unidos e Inglaterra, a mortalidade é de 15%. Austrália e Nova Zelândia, 18%, no Brasil, é de 56%. Além disso, entre as pessoas que se curam, de 30 a 40% ficarão com sequelas que demandam reabilitação, como fraqueza e incapacidade.

O que é septicemia?
A síndrome se desenvolve quando a infecção sai de um local específico e se espalha para o corpo todo, o que causa doenças mais graves. Tanto que, antigamente, a condição era chamada de "infecção no sangue".

Quais são os sintomas da septicemia?
Os sintomas — e também os tratamentos — variam de acordo com o foco originário da síndrome. Em casos graves, a septicemina pode causar falência múltipla de órgãos e o chamado choque séptico, quando a pressão arterial cai abruptamente e não responde ao tratamento.

Quais são as formas de prevenção da septicemia?
A OMS alerta que a maioria dos casos da síndrome pode ser evitada com cuidados simples, como lavar as mãos com água e sabão, manter a carteira de vacinação em dia e evitar o uso indiscriminado de antibióticos.