Black Friday: perfume, computador e TV são os produtos que costumam ficar mais baratos, diz estudo
Pesquisa da XP usou dados da inflação dos últimos dois anos
Novembro é um mês aguardado por aqueles que gostam de aproveitar uma promoção. Apesar de a Black Friday acontecer na sexta-feira após o Dia de Ação de Graças — este ano, a data oficial da promoção é esta sexta, dia 24 — os descontos já começam a ser vistos ao longo de novembro, em uma espécie de esquenta. No entanto, é preciso ficar atento para não se empolgar com as promoções e acabar comprando produtos por preços até mais altos.
Um estudo da XP, obtido com exclusividade pelo Globo, apontou quais são os itens que costumam realmente apresentar redução de preço no mês da Black Friday. Entre as categorias com descontos estão: televisores, computadores, perfumes e aparelhos de som. Mas boa parte dos produtos analisados fica até mais cara em novembro, diz o trabalho.
O estudo considerou dados de inflação do IBGE para calcular a variação de preços entre os meses de outubro e novembro de itens populares no comércio na Black Friday para identificar as categorias com maior desconto efetivo.
— Observamos uma redução nos preços em produtos de categorias como mobiliário e vestuário em outros meses do ano. Então, é preciso avaliar o histórico do produto que o consumidor deseja adquirir para entender se é o melhor momento de comprar — explica Alexandre Maluf, economista da XP.
Na extremidade oposta, apesar de serem um dos queridinhos da data, eletrodomésticos e acessórios registraram uma alta nos preços. O destaque em relação a menor redução no preço é do ar-condicionado, que apresenta variação de 4,5%, item que apresenta alta demanda pelo período do ano.
Veja a inflação média de alguns itens entre outubro e novembro para o período 2020 - 2022
Produto para unha: - 3,0%
Perfume: -2,9%
Computador pessoal: -2,5%
Aparelho de som: -2,0%
TV, som e informática: -1,2%
Televisor: -0,3%
Aparelho telefônico: 0,1%
Produto para barba: 0,4%
Ventilador: 0,6%
Video Game (console): 0,6%
Sapato infantil: 0,7%
Produto para cabelo: 1,1%
Bolsa: 1,1%
Máquina de lavar roupa: 1,2%
Sapato masculino: 1,2%
Mochila: 1,3%
Produto para pele: 1,5%
Sapato feminino: 1,5%
Artigos de maquiagem: 1,6%
Calçados e acessórios: 1,7%
Refrigerador: 1,9%
Tênis: 2,0%
Chuveiro elétrico: 2,2%
Eletrodomésticos e equipamentos: 2,2%
Roupa infantil: 2,2%
Roupa masculina e feminina: 2,3%
Mobiliário: 2,8%
Fogão: 3,1%
Ar-condicionado: 4,5%
Aumento nas vendas
O estudo também aponta que a data vem se consolidando na economia brasileira. Os dados indicam que a Black Friday foi responsável por impulsionar os vendas no varejo em setores como eletrodomésticos — crescimento de 17,6% entre 2020 e 2022 — e móveis — aumento de 10,4% entre 2020 e 2022 — tiveram incremento nas vendas.
Para Maluf, isso é um indicativo de que a data tende a se consolidar na cultura de consumo do país como outras datas comerciais.
— Efetivamente a gente pode dizer que o comportamento da inflação realmente foi mudando ao longo do tempo. Por isso, sob ótica da inflação, o que vemos que a data vem ganhando força. Daqui pra frente, ela será uma data tão comercial quanto as outras que estão na nossa cultura.
Black Friday: veja como se preparar para aproveitar as ofertas de novembro
Neste ano, as projeções indicam uma Black Friday com uma deflação mais agressiva, resultado de um aumento na inadimplência, juros altos e demanda baixa, explica o economista da XP.
— Essa Black Friday tem um potencial de ser bem deflacionária, a gente tem bastate setores do varejo com estoques fortes. Então, nesse sentido, as lojas devem aproveitar a data para se livrar dos estoques.