Diretor de hospital de Gaza foi detido por Israel
O diretor foi "transferido para ser interrogado" pelos serviços de inteligência, sublinhou o Exército de Israel
O diretor do hospital Al Shifa, em Gaza, foi detido por Israel nesta quinta-feira (23), anunciaram o Exército de Israel e um chefe de serviço do estabelecimento, sob controle do Exército, que afirma estar à procura de instalações do Hamas naquele local.
"O doutor Mohamed Abu Salmiya foi preso", disse o doutor Khaled Abu Samra à AFP.
"Dois enfermeiros e outro médico também foram detidos", afirmou uma fonte do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.
O diretor foi "transferido para ser interrogado" pelos serviços de inteligência, sublinhou o Exército de Israel.
"Sob sua direção, o hospital foi palco de inúmeras atividades terroristas do Hamas", acrescenta o comunicado. A investigação determinará "se ele será submetido a novos interrogatórios", destaca.
Israel afirma que Al Shifa era o principal centro de comando das operações do Hamas na Faixa de Gaza. Durante dias, os seus soldados revistaram o estabelecimento, o maior do território palestino, sala por sala.
O Exército declarou ter "evidências" de que era um "centro" do Hamas e especificou que os seus recursos elétricos foram explorados pelo movimento islamista em uma "rede de túneis" localizada sob o edifício.
"O Hamas armazenou inúmeras armas dentro do hospital", disse o Exército israelense nesta quinta-feira.
"Restam 180 pacientes, feridos e pessoal médico em Al Shifa. Exigimos a sua evacuação, já que eles não têm eletricidade, comida ou água", disse Ashraf al Qidreh, porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas.
"O Exército israelense dispara contra o hospital e anuncia pelo alto-falante que todos devem sair, ameaçando bombardeá-los", insistiu.
A organização palestina Crescente Vermelho afirmou que quatro pessoas foram detidas e que um paramédico permaneceu detido na quinta-feira.
Abu Salmiya disse à AFP que recebeu uma "ordem" para evacuar o seu hospital, enquanto o Exército de Israel afirma ter evacuado o estabelecimento seguindo "o seu pedido".
O movimento islamista palestino, no poder em Gaza desde 2007, denunciou "firmemente" a prisão do doutor Mohamed Abu Salmi e de seus colegas.
"Pedimos ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e às organizações internacionais que trabalhem para a sua libertação imediata", disse ele.