STJ

Festas dos novos ministros do STJ conta com autoridades e show inspirado em Luiz Gonzaga

Confraternizações reuniram centenas de pessoas em três tradicionais restaurantes de Brasília

Festa em homenagem a Teodoro Silva Santos teve apresentação de sanfona - Reprodução

Em uma noite concorrida em Brasília, autoridades dos três Poderes da República se dividiram pelas festas que celebraram a posse dos três novos integrantes do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A mais concorrida foi a da ministra Daniela Teixeira, prestigiada por nomes ligados ao governo Lula, enquanto os eventos organizados para Teodoro Silva Santos e Afrânio Vilela, mais modestos, reuniram aliados locais dos dois.

Esses eventos pós-posse em tribunais são tradicionais na capital e, além de ministros e parlamentares, costumam reunir advogados, assessores e lobistas do Judiciário — tudo acompanhado de música, bebida, jantar e muitas conversas de bastidores. As festas foram custeadas ou pelos próprios ministros ou pelos convidados.

A festa de Teixeira foi a que teve mais caráter de "balada", entrando pela madrugada. Planejada para cerca de 500 convidados, foi marcada pela presença de integrantes do governo Lula, casos dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e do secretário de Assuntos Jurídicos, Wellington César Lima.

A presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), acompanhada do namorado, o também deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), também esteve no restaurante localizado no Lago Sul, área nobre da capital. Em um dos pontos altos da noite, a nova ministra sambou ao som de “Vou festejar", conhecida pelos versos "Você pagou com traição a quem sempre deu a mão".

A nomeação de Teixeira chegou a ser suspensa após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pedir para investigar um suposto favorecimento a ela na ordem em que o nomes foram enviados à Presidência da República. Por fim, os três foram publicados juntos.

Um dos convidados ilustres foi o presidente do STF, Luís Roberto Barroso. Mesmo na fila do buffet, ele era interpelado sobre a aprovação pelo Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os poderes da mais alta Corte do país. A todos, o magistrado respondeu que não comentaria o assunto naquele momento.

Ministros do STJ, integrantes da OAB, entidade da qual a ministra foi conselheira, e membros do grupo Prerrogativas também estiveram na festa. Foram servidos espumante nacional, uísque, cerveja, aperitivos da culinária regional, ao som de música popular brasileira executada por uma banda.

Diante de uma disputa acirrada pelas vagas abertas no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Procuradoria-Geral da República (PGR), os mais cotados para os cargos evitaram dar as caras. A situação indefinida, contudo, foi tema de rodas de conversas durante toda a noite e não faltaram palpites de quem será o escolhido.

Houve também aqueles que compareceram a mais de um evento. O "recordista" foi o ministro do STJ Herman Benjamin, que fez o circuito completo para prestigiar os três novos colegas.

Já o ministro do STF Dias Toffoli teve "fôlego" para ir a duas, a de Santos e de Teixeira. O mesmo fez o secretário nacional de Justiça, Augusto Botelho, e o governador Ibaneis Rocha, do Distrito Federal. Já a presidente do STJ, Maria Thereza Moura, esteve apenas nos eventos de Santos e Vilela.

Ao som de Chambinho do Acordeon
No jantar oferecido pela Associação Cearense da Magistratura a Santos, em outro restaurante tradicional, predominaram os conterrâneos do novo integrante da Corte. Além do governador do Ceará, Elmano de Freitas, marcaram presença o ministro da Educação, Camilo Santana, o senador Cid Gomes (PDT-CE) e o deputado federal Danilo Forte (União-CE).

Pelo amplo salão, passaram também ministros do STJ, como Reynaldo Soares da Fonseca e Benedito Gonçalves, além de juízes e desembargadores, grande parte deles do Nordeste.

Para o jantar, foram preparadas as especialidades da casa: bacalhau desfiado ao forno, ancho e tambaqui na brasa, acompanhados por arroz de brócolis, farofa de ovos e batatas fritas. De entrada, os mini bolinhos de bacalhau fizeram sucesso. Já na hora da sobremesa, as pedidas foram pudim de leite, mousse de chocolate e torta de castanha do Brasil com sorvete de creme. Os convidados eram servidos com vinho tinto português.

Para embalar a noite, um show de uma banda liderada por Nivaldo Expedito de Carvalho, mais conhecido pelo nome artístico de Chambinho do Acordeon. Cantor, compositor e acordeonista, ele já interpretou Luiz Gonzaga no cinema e ontem se dedicou aos clássicos nordestinos.

Ex-advogada de Bolsonaro
A comemoração de Afrânio Vilela também teve contornos locais. Ex-desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), ele reuniu conterrâneos, como os agora colegas de STJ João Otávio Noronha e Rogério Schietti, a ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edilene Lôbo e o ex-deputado Fábio Ramalho (MDB).

Noronha, ex-presidente do STJ, foi um dos mais tietados pelos presentes e posou para várias fotos. Ele foi um dos principais articuladores da criação do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), com sede em Belo Horizonte. Já Ramalho, que quando era deputado ficou famoso pelos jantares que promovia, circulava com desenvoltura entre as várias rodinhas.

A festa ocorreu em um restaurante especializado em carnes e foi a única das três a não exigir lista de presença. O ministro Gilmar Mendes, do STF, fez uma rápida visita ao local, e passou boa tarde do tempo ao telefone. A advogada Karina Kufa, que já defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também esteve presente.