Argentina

Milei tem interesse em fechar o acordo entre Mercosul e União Europeia, diz diplomata brasileira

Declaração de futura chanceler argentina animou o Brasil, que quer fechar o acordo até dezembro

Maria Luisa Escorel, secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty - Itamaraty

A secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, Maria Luisa Escorel, afirmou, nesta quinta-feira, que está otimista quanto ao fechamento do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia até dezembro. Ela ressaltou que a equipe o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, já deu sinais de que tem interesse em que as negociações sejam concluídas.

— Sou otimista. Estamos fechando os últimos pontos do acordo — afirmou.

Escorel citou a economista Diana Mondino, que deverá ser a chanceler de Milei. Nesta quinta-feira, Mondino declarou a uma emissora de rádio que, entre as prioridades do governo está o acordo entre o Mercosul e a UE.

— As prioridades neste momento são múltiplas, como a assinatura do acordo entre Mercosul e União Europeia. Vamos ter que analisar as relações da Argentina com muitos países e temos um monte de temas para resolver — disse a futura chanceler.

Questões ligadas ao meio ambiente e a compras governamentais são os principais entraves para o fechamento do acordo. Um novo texto apresentado pelo Brasil está em negociação com os europeus.

Maria Luisa Escorel afirmou que, independentemente do resultado das negociações entre os dois blocos, haverá uma cúpula, no próximo ano, entre Brasil e União Europeia, para discutir uma agenda comum. Quanto ao governo Milei, ela avalia que as relações com os brasileiros serão entre Estados.

— Vamos nos relacionar de maneira madura e adulta com esse presidente. Temos uma relação madura há muitos anos, que envolve comércio, fronteira, energia, muitas coisas importantes, ainda que tenham sido feitos comentários ofensivos ao nosso presidente — disse Escorel, referindo-se aos ataques de Milei, durante a campanha, a Luiz Inácio Lula da Silva.

Sem citar nomes, a diplomata lembrou que não é a primeira vez que há divergências ideológicas entre os governos do Brasil e da Argentina. O ex-presidente Jair Bolsonaro e o mandatário argentino Alberto Fernández praticamente não se falavam.

O presidente Lula visitará a Alemanha, nos dias 3 e 4 de dezembro, logo após participar da conferência mundial sobre o clima, a COP 28. Segundo Escorel, Lula assinará 20 acordos com foco na área ambiental.