BLACK FRIDAY

Black Friday deve movimentar R$ 7 bi, alta de 14% em relação a 2022; saiba itens mais procurados

Varejistas reforçam logística para atender pedidos na tradicional temporada de descontos do comércio

Black Friday - Unsplash

Na Black Friday, que toma o comércio brasileiro nesta sexta-feira (24), as companhias do setor de consumo pretendem fisgar os consumidores ávidos por ofertas com descontos de até 80%, lojas abertas 24 horas e principalmente uma forte aposta no comércio eletrônico, com lives e podcasts com ofertas comandadas por influenciadores digitais.

A expectativa no e-commerce é para lá de otimista. A projeção da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico é que a data movimente R$ 6,92 bilhões em vendas, uma alta de 14,3% em relação ao ano anterior, quando a Black Friday disputou espaço com a Copa do Mundo e sofreu o baque da inflação nas alturas e da confiança do consumidor em baixa.

"O ano passado foi um ano duro para o varejo e a Black Friday praticamente não aconteceu. Neste ano, devemos ter uma Black Friday mais agressiva", projeta Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo.

Segundo a Neotrust, empresa de dados com foco no comércio digital, a Black Friday de 2023 deve gerar um faturamento 12% maior que a do ano passado para as varejistas on-line. Nos primeiros vinte e dois dias de novembro, a consultoria identificou aumento do gasto médio por consumidor, de 7,9%, atingindo a marca de R$ 495,95. Os eletrodomésticos, de acordo com a consultoria, lideram em número de pedidos, com 916 mil

"Como categorias mais caras, como ar-condicionado, cresceram, o ticket médio também subiu em uma proporção maior. Esse é o grande destaque, por causa da onda calor", diz Luis Otavio Cambraia, Head de Vendas da Neotrust.

Com as temperaturas extremas, itens como ventilador e ar-condicionado vão impulsionar as vendas da Black Friday este ano, com as categorias de eletrodomésticos e eletroeletrônicos puxando os carrinhos de compras.

No Mercado Livre, quatro dos dez itens mais buscados pelos consumidores na quinta-feira, véspera da data, estavam relacionados às altas temperaturas: ventilador, ar-condicionado, ar condicionado portátil e ar condicionado inverter. A empresa de e-commerce contratou 7,2 mil trabalhadores temporários para reforçar a temporada de vendas de fim de ano.

"A gente sabe que a compra de ar-condicionado não necessariamente é acessível para toda a parcela da população, então produtos com ticket médio mais baixo como climatizadores, ventiladores e umidificadores também ganham destaque", diz Anna Araripe, diretora de Marketplace no Mercado Livre.

Depois de um "esquenta" da Black Friday, com ofertas de até 80%, o Magazine Luiza planeja dar destaque para ventiladores e ar-condicionado nas promoções desta sexta-feira. A varejista preparou um esquema para que a entrega de compras on-line cheguem em até 48 horas em 250 cidades e contratou 1.500 temporários.

"O Magalu espera aumentar em sete vezes o volume de pedidos nesta operação", afirma Eduardo Galanternick, vice-presidente de Negócios do Magalu.

Segundo levantamento feio pelo Google às vésperas da Black Friday, ventilador, ar-condicionado e climatizador apareciam entre os dez termos mais clicados no Google Shopping. Já outros produtos relacionados ao calor, como tapete gelado para pets e protetor solar, registravam aumento nas buscas.

"O comportamento do consumidor influenciado pelo ambiente externo impulsiona uma série de buscas, não só as categorias mais óbvias", diz Fábio Garcia, que lidera a área de Negócios para Varejo do Google Brasil.

Loja aberta 24 horas
Na rede Casas Bahia, a loja da Marginal Tietê vai funcionar por 24 horas — as unidades da rua abrem às sete horas. O espaço foi cenário de uma live realizada ontem com o apresentador Rodrigo Faro e a personagem da internet Blogueirinha. Por lá, consumidores poderão aproveitar alguns atrativos, como um espaço de beleza e um local direcionado para as crianças.

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Executivo da Infracommerce, Guido Carelli avalia que o cenário das varejistas mudou da última Black Friday para esta. Com um ano com resultados não tão bons, ele aponta que as empresas vão focar a experiência para fidelizar o consumidor.

"Estratégias de captação de consumidor são bastante importantes na Black Friday, porque é o momento de captar o consumidor para fidelizá-lo. E isso não é algo fácil, pois a maioria das compras da data são pontuais", explica.

Entrega rápida e mais descontos
Mesmo com novos atrativos, as varejistas não abandonam antigas estratégias. A Casas Bahia investiu em logística com funcionários extras para garantir uma entrega rápida: são 300 mil entregadores e 130 centros de distribuição.

"A gente espera ter uma Black Friday boa em vendas, mas bem racional, estamos com estoques bem abastecidos mas sem excessos", fala Cristian Medeiros, diretor regional do Grupo Casas Bahia no Rio de Janeiro.

No Magalu foram contratados mais de 1.500 temporários. A varejista preparou uma logística especial para as entregas em até 48 horas em 250 cidades. As lojas físicas também estarão no clima da data, as unidades localizadas nas ruas abrem às oito horas e as que ficam nos shoppings, as nove horas.

"O Magalu espera aumentar em sete vezes o volume de pedidos nesta operação", revela o vice-presidente de Negócios do Magalu, Eduardo Galanternick.

A Amazon adicionou 48 novas estações de entrega e seis mil vagas para temporários, diz Thomas Kampel, líder de Relações-Públicas Corporativa da Amazon no Brasil:

"Aqui, nos preparamos com antecedência, negociando as melhores ofertas com as indústrias e recebendo os produtos em nossos Centros de Distribuição".