Livro sobre os 25 anos do Grupo Grial é lançado este sábado (25), no Museu do Estado de Pernambuco
O lançamento do livro Poeira, Sagrado e Festa acontece a partir das 17h
A Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) lança, neste sábado (25), o livro Poeira, Sagrado e Festa. A obra narra os 25 anos de estrada do Grupo Grial, companhia de dança criada durante o Movimento Armorial por Ariano Suassuna e Maria Paula Costa Rêgo. O lançamento acontece a partir das 17h, no Museu do Estado de Pernambuco, localizado no bairro das Graças, Zona Norte do Recife.
Organizado por Maria Paula Costa Rêgo e com cerca de 180 paginas, o livro reúne textos do professor Carlos Newton Júnior, da crítica em dança Helena Katz, do intérprete e coreógrafo Kleber Lourenço, do jornalista Mateus Araújo e da própria Maria Paula. A história do grupo também é contada por fotos dos 13 espetáculos de dança encenados pelo Grial em 25 anos. A obra tem projeto gráfico de Guilherme Luigi e ilustrações e tipografia de Dantas Suassuna.
Aberto ao público, o evento de lançamento conta com uma conversa, às 16h, entre Maria Paula e o brincante Pedro Salustiano, com mediação do professor Carlos Newton, dentro da programação “Diálogos Petrobrás”, integrada à exposição Mostra Movimento Armorial 50 Anos, que acontece até 7 de janeiro no Museu do Estado. Em seguida, acontece uma apresentação do Cavalo Marinho Estrela de Ouro, de Condado.
Referência da dramaturgia brasileira, Ariano Suassuna era diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Com a colaboração de outros artistas e intelectuais, lançou, em 18 de outubro de 1970, o Movimento Armorial — série de diretrizes teóricas e ideológicas para a criação de uma nova arte brasileira, urbana, contemporânea e “erudita”, profundamente ligadas ao Recife e às tradições populares da região Nordeste.
A dança passou a integrar o Movimento quando, em 1997, Ariano fez o convite para que a bailarina, diretora e coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo pudesse desenvolver expressões contemporâneas de movimento a partir de brasilidades do Nordeste no Brasil. Fundado em 1997, o Grial completou 25 anos de atuação, dando expressões contemporâneas a tradições remotas e antigas de danças e movimentos, a partir do trabalho de Maria Paula e seus parceiros ao longo dos anos.
O meio século de vida do grupo é percebido como conquista e resistência. “No Brasil, há pouquíssimas experiências como a do Grial, que corresponde a uma dança com um olhar já decolonial. Falta muito ainda, claro, mas demos passos grandes. Por isso, quero rever muitas das minhas peças, quero rever Terra, Abó, Uma Mulher Vestida de Sol, Hemisfério Sol. Gostaria de atualizar alguns desses espetáculos com questões ainda mais atuais”, comenta Maria Paula Costa Rêgo. “A cultura brasileira é tudo. E nesse olhar amplo, eu, como uma artista Armorial, dou ênfase às nossas primeiras heranças: indígenas, afro e mouro-europeia. A partir da criação do Grial, meu olhar se expandiu. E acho que isso tudo, inclusive, me definiu como coreógrafa e pessoa”. No total, o Grial teve 13 criações ao longo dos 25 anos.
Nessa trajetória, a companhia conquistou prêmios importantes. Em 2012, recebeu, o Indicações de Melhor Espetáculo, pelo jornal Folha de São Paulo, pelos espetáculos Castanho sua Cor e Travessia. Também o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de Intérprete Criadora, para Maria Paula Costa Rêgo, com o espetáculo Terra, de 2013. No ano de 2012, durante o festival Janeiro de Grandes Espetáculos, Terra recebeu prêmios de: Melhor Espetáculo, Melhor Espetáculo pelo Júri Popular, Melhor Figurino, Melhor Cenário, Melhor Iluminação; Melhor Bailarina. 2012.
“Para mim, a importância deste livro é a memória. Memória é algo tão precioso para um povo. Para além de representar pontos de partidas, representa também continuidades, e quando olho para o livro, vejo o tanto que construímos e o que podemos ainda construir”, disse Maria Paula.
Serviço
Lançamento do livro Poeira, Sagrado e Festa – os 25 anos do Grupo Grial
25 de novembro (sábado), a partir das 16h, no Museu do Estado de Pernambuco, Graças
Entrada gratuita
Preço do livro: R$ 150