ATAQUE

Oito palestinos morrem por tiros do exército israelense na Cisjordânia ocupada

Centenas de pessoas ocuparam as ruas em funeral para cinco dos mortos na cidade de Jenin

Zaain Jaafar/AFP

Oito palestinos foram mortos por tiros israelenses na Cisjordânia em 24 horas, cinco deles em Jenin, um bastião de grupos armados palestinos no norte do território ocupado por Israel há cinco décadas, segundo um relatório divulgado neste domingo pelo Ministério da Saúde.

As Nações Unidas confirmam que as mortes ocorreram em um ataque de vários veículos blindados na cidade, cenário recente da operação israelense mais mortal na Cisjordânia em quase 20 anos (14 mortos). Quinze pessoas ficaram feridas, disseram fontes médicas à AFP.

Testemunhas disseram ainda que o exército israelense cercou um hospital público em Jenin, bem como a clínica Ibn Sina, enquanto soldados revistavam ambulâncias.

O exército israelense declarou que “realizou ações antiterroristas no campo de refugiados de Jenin” na noite de sábado para domingo. Segundo o órgão, a operação levou à prisão do autor de um ataque que matou dois israelenses em agosto.

 

Uma fonte do Ministério da Saúde informou que, no início da manhã de domingo, um médico de 25 anos morreu em frente à sua casa em Qabatiya, perto de Jenin, e que outro palestino morreu em Al Bireh, perto de Ramallah, onde fica a sede da Autoridade Palestina, além de um terceiro em Nablus. Segundo a emissora al-Jazeera, centenas de pessoas ocuparam as ruas em funeral para cinco dos mortos em Jenin.

O ataque sangrento do Hamas, que governa a Faixa de Gaza, em 7 de outubro, deixou 1.200 mortos em Israel, a maioria deles civis, segundo as autoridades israelitas. Entre os mortos, mais de 300 eram soldados ou membros das forças de segurança israelitas.

Em resposta, Israel bombardeia diariamente o enclave palestino, matando quase 15 mil pessoas, incluindo 6.150 crianças, segundo o governo do Hamas.

A violência também aumentou na Cisjordânia, onde o exército israelense mataram quase 230 palestinianos desde 7 de Outubro, segundo o Ministério da Saúde palestiniano.