Romão explica postura do Sport em "caso Carius" e cita cautela nos reforços: "clube endividado"
Leão manteve o lateral-esquerdo mesmo após atleta ser punido por participação em esquema de manipulação de resultados
Além de precisar analisar o contexto que envolveu o fracasso do Sport quanto ao objetivo de conseguir o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, o presidente do clube, Yuri Romão, também precisou explicar quais os motivos que fizeram o clube permanecer com o lateral-esquerdo Igor Cariús mesmo com o jogador sendo punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por envolvimento em esquema de manipulação de resultados em jogos do futebol brasileiro.
“Havia um entendimento entre os jurídicos do clube e do atleta de que haveria a possibilidade de uma reversão (da condenação). Havia uma tentativa por parte do advogado contratado pelo atleta de reverter. Nosso jurídico entendeu que haveria essa possibilidade também. Concordo que, do ponto de vista de governança, manter um atleta nesta condição não era o ideal, mas havia o entendimento que poderia haver a decisão da reversão. Um atleta que, desde que chegou no clube, mostrou excelente caráter, foi integrado ao grupo muito rapidamente e se mostrou muito afável, o que fez todo mundo gostar muito dele aqui no Sport. Quando houve o esgotamento dessa tentativa, nosso jurídico conversou com o atleta para que houvesse a rescisão contratual”, apontou.
Cariús jogou pela última vez no dia 28 de julho, contra o CRB. Desde então, estava afastado após pegar um gancho de 360 dias e R$ 40 mil de multa. O atleta só teve o desligamento oficializado pelo Sport dias antes da última partida da Série B do Campeonato Brasileiro.
Sobre a cobrança por melhores reforços no clube na reta final da Série B, o presidente apontou que a cautela aconteceu por conta dos problemas financeiros do Leão.
"O Sport é um clube extremamente endividado. Há dois anos, lutamos arduamente para dar o equilíbrio financeiro e o fluxo de caixa necessário para o clube voltar a ter credibilidade no mercado. A janela de transferências para a gente foi impactante no sentido de ter uma escassez de atletas, como também de treinador. Aqueles atletas que queríamos ter no elenco eram inviáveis no ponto de vista financeiro. Fizemos um pacto que não iríamos gastar mais do que arrecadamos. O Sport não nada em dinheiro. Poderia pegar um atleta da Série A e trazer, mas o clube aguentaria pagar R$ 400 mil, R$ 500 mil, R$ 600 mil? Eu acho que não. A janela pode não ter sido a melhor. Concordo que não tivemos êxito, mas as circunstâncias não ajudaram para irmos atrás de atletas de um nível maior", frisou.