guerra no oriente médio

Idosa em estado grave e criança órfã: o que se sabe sobre reféns soltos pelo Hamas no domingo (26)

Grupo liberado no fim de semana mostra como ataque do dia 7 de outubro não poupou alvos civis

Israelense abraça filhos libertados pelo Hamas no domingo (26) - Spokesperson's office, Schneider Children Medical Center/AFP

O Hamas libertou, no último domingo (26), 13 cidadãos israelenses e um russo-israelense, na penúltima etapa do acordo de trégua mediado pelo governo do Catar, que o movimento palestino e o governo de Israel cogitam ampliar por mais um dia, nesta segunda-feira (27). O grupo liberado é uma amostra de como alvos civis não foram poupados durante o ataque de 7 de outubro.

Duas crianças de 4 anos estavam entre os reféns libertados no domingo. Uriah Brodutch foi solto junto da mãe, Hagar Brodutch, e dos irmãos Ofri Brodutch, de 10 anos, e Yuval Brodutch, de 8 anos. Eles moravam na comunidade de Kfar Aza, um dos kibutz invadidos no ataque terrorista. O pai das crianças não foi sequestrado, pois estava fora da cidade quando a invasão aconteceu. A outra criança era Abigail Mor Edan, de cidadania israelense-americana, que completou 4 anos na última sexta-feira, ainda nas mãos do Hamas. De acordo com a família de Abigail, ela assistiu os pais serem mortos durante o ataque.

Outro extremo foi a soltura de Elma Avraham, uma idosa de 84 anos, que médicos disseram ter sido transferida a um hospital em estado grave. De acordo com médicos que acompanham o Fórum de Familiares de Reféns e Desaparecidos, organização da sociedade civil criada para buscar respostas após 7 de outubro, Elma tinha acompanhamento para problemas cardíacos severos. Segundo o Hospital Soroka, em Be'er Sheva, ela precisou ser transportada por helicóptero por conta da gravidade de seu estado, considerado "crítico".

Aviva Siegel, de 62 anos, foi outra idosa libertada no domingo. Sul-africana de nascimento, ela emigrou com a família para Israel ainda criança. Ela e o marido, Keith, de 64 anos anos, foram sequestrados no kibutz de Kfar Aza. Imagens capturadas no dia do atentado mostram que ela e o marido foram levados pelos terroristas para dentro de Gaza no próprio carro. Keith continua nas mãos do Hamas.

Quatro reféns soltos pertenciam a mesma família. Chen Goldstein Almog, de 49 anos, vivia em Kfar Aza com o marido, Nadav, e seus quatro filhos. Quando o Hamas atacou a região, tanto Nadav quanto a filha mais velha do casal, Yam, de 20 anos, foram mortos por terroristas. Chen e seus outros três filhos, Agam Goldstein Almog, de 17 anos, Gal, de 11, e Tal, de 9, voltaram a Israel.

Outra família destroçada no ataque foi a das sobreviventes Dafna Elyakim, de 15 anos, e Ella Elyakim, de 8 anos, soltas no domingo. No momento do ataque ao kibutz Nahal Oz, elas estavam em casa com o pai, Noam Elyakim, a esposa dele, Dikla Arava, e o filho, Tomer. Os três foram mortos pelo Hamas. As meninas foram recebidas pela mãe, Maayan Zin, que disse no domingo que depois de um longo período "de terrível incerteza", as filhas voltaram para casa.

Junto dos cidadãos israelenses, o Hamas decidiu libertar também um cidadão russo-israelense capturado na festa rave que acontecia no momento do ataque. Roni Krivoi, de 25 anos, trabalhava como sonoplasta no evento, quando foi pego pelo grupo terrorista. Originalmente da cidade de Karmiel, no norte do país, Krivoi se tornou o primeiro homem adulto com cidadania israelense a ser libertado pelo Hamas, uma vez que o acordo inicialmente previa apenas a troca de mulheres e crianças e jovens com até 18 anos.