Petróleo

Argentina pede mais tempo à justiça de Nova York por caso YPF

Juíza de um tribunal de Nova York deu ao Estado argentino até 5 de dezembro para apresentar uma garantia no caso da nacionalização da empresa em 2012.

Petrolífera YPF - Mauri Closs/Governo da Província de Missiones

A Argentina solicitou nesta segunda-feira (27) à juíza Loretta Preska, que conduz o caso contra a petrolífera YPF, que prorrogue o prazo até "pelo menos" 10 de janeiro de 2024 para depositar uma fiança e evitar embargo, após a condenação a pagar US$ 16,1 bilhões a duas empresas.

Em 21 de novembro passado, a juíza de um tribunal de Nova York deu ao Estado argentino até 5 de dezembro para apresentar uma garantia no caso da nacionalização da empresa em 2012.

Em um documento enviado à juíza datado desta segunda-feira, o advogado do Estado argentino, Robert J. Giuffra, pede que o governo de Javier Milei, que assume a presidência em 10 de dezembro, tenha até "não antes de 10 de janeiro" para "avaliar as condições estabelecidas na ordem do tribunal de 21 de novembro de 2023", diz o documento.

Os demandantes, segundo Giuffra, são contra qualquer prorrogação a menos que a Argentina "aceite primeiro um cronograma acelerado para a apelação", uma das condições de suspensão especificadas na ordem da juíza.

Preska condenou a Argentina a pagar US$ 16,099 bilhões (R$ 78,8 bilhões) às empresas Petersen (US$ 14,385 bilhões, R$ 70,4 bilhões) e Eton Park (US$ 1,714 bilhão, R$ 8,4 bilhões), acionistas da YPF que não foram indenizadas após a nacionalização da petrolífera, quando estava sob controle da espanhola Repsol.

O governo de Alberto Fernández contestou a exigência dos demandantes para que a Argentina depositasse o valor da condenação como garantia enquanto a apelação é resolvida, alegando que tal pagamento causaria "danos irreparáveis" em meio à difícil situação econômica do país.

A juíza então estendeu o prazo até 5 de dezembro para que a "República [argentina] se comprometa com os demandantes para sua participação no capital da YPF" como garantia para evitar embargo.

Milei, um economista ultraliberal, prometeu reprivatizar a participação do Estado argentino na YPF.