Gucci, grife italiana de luxo, enfrenta greve de funcionários pela primeira vez
Eles protestam contra a decisão da empresa de transferir grande parte da equipe do escritório de design de Roma para Milão
Dezenas de funcionários da grife de luxo italiana Gucci entraram em greve em Roma, na segunda-feira, em protesto contra a decisão da empresa de transferir seu escritório de design da capital italiana para Milão.
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Embora um porta-voz da Gucci tenha dito à CNN que a realocação proposta "não envolve nenhuma redução de pessoal", uma filial regional do sindicato CGIL afirmou que a decisão da Gucci não está baseada em razões objetivas e descreveu a mudança como "demissão coletiva disfarçada".
A decisão da empresa, comunicada aos sindicatos em outubro, envolve a transferência, até março, de 153 de 219 colaboradores para Milão. A CGIL argumentou que pedir aos funcionários que se mudassem para Milão, a aproximadamente 300 milhas ao norte da capital, no primeiro semestre de 2024, era equivalente a demiti-los.
"Corta, mas não costura"
Escrevendo em seu site na semana passada, o sindicato disse que a mudança "esconde o desejo de encerrar em breve todas as atividades em Roma". Uma postagem posterior foi acompanhada de fotos da manifestação de segunda-feira na capital italiana, onde os manifestantes seguravam cartazes com mensagens como "A Gucci corta, mas não costura".
De acordo com um porta-voz da Gucci, com a mudança para Milão, o diretor criativo e as diferentes equipes envolvidas ''terão a oportunidade de colaborar de perto com funções estratégicas da companhia e que já estão na cidade, maximizando as interações e sinergias necessárias".
Segundo a reportagem da CNN, a declaração acrescentou que a marca está oferecendo "incentivos econômicos e apoio ativo ... mais favoráveis do que os estipulados no acordo coletivo nacional italiano".
Após a saída do diretor criativo Alessandro Michele em 2022, a Kering, dona da Gucci, mudou a alta gestão da empresa, em busca de melhorar as vendas.
Segundo a CNN, a empresa nomeou o ex-designer da Valentino, Sabato De Sarno, como seu novo diretor criativo em janeiro deste ano, enquanto em agosto, a Kering anunciou que o CEO Marco Bizzarri estava deixando a empresa, colocando Jean-François Palus, que anteriormente atuou como diretor administrativo da Kering, no cargo principal.
Também proprietária da Yves Saint Laurent, Bottega Veneta e Balenciaga, a Kering disse na época que Palus foi "encarregado de fortalecer as equipes e operações da Gucci" para reconstruir a "influência e o impulso" da marca italiana.
A Gucci é a maior marca da Kering, sendo responsável por pouco mais da metade da receita de US$ 22 bilhões do conglomerado francês no ano passado.