POLÍTICA

Zema alfineta Lula após indicação de Dino ao STF

Apesar da afirmação, governador de Minas nomeou ex-deputados nos primeiros escalões e indicou políticos do Novo para estatais

Romeu Zema em entrevista coletiva nesta quarta-feira (29) - Dirceu Aurélio/Imprensa MG

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), alfinetou, nesta quarta-feira (29), o presidente Lula (PT) pela indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), para ocupar a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). Em coletiva de imprensa nesta manhã, o chefe do Executivo mineiro afirmou que em sua gestão as nomeações não ocorrem com viés político.

"A indicação é uma prerrogativa do presidente, vale lembrar que no meu governo todo o secretariado foi contratado, selecionado como se faz uma seleção para uma empresa. Ninguém foi selecionado por viés partidário, ideológico, consanguinidade, etc. Então, acredito em meritocracia. Cabe a cada um avaliar se é uma indicação meritocrática ou não", disse Zema após o lançamento do programa Emergência MG, serviço de acionamento da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar via internet. A declaração foi inicialmente divulgada pela rádio Itatiaia.

Apesar da afirmação, o governador emplacou pelo menos dez ex-deputados estaduais de partidos aliados em cargos nos primeiros escalões de sua gestão. No seu secretariado, o ex-deputado federal Marcelo Aro (PP) chefia a Casa Civil e o ex-presidente do Partido Novo e engenheiro, Bernardo Santos, a Comunicação Social.

Para as estatais, como a Cemig, ao menos quinze políticos de seu partido foram nomeados. É o caso do ex-vereador de Belo Horizonte Bernardo Ramos, atualmente na diretoria adjunta de Projeto Especiais da companhia.

Indicado na última segunda-feira, o ministro Flávio Dino será sabatinado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado no próximo dia 13. O colegiado dará um parecer sobre o seu nome que, em seguida, será votado em plenário. Para ser nomeado ministro do Supremo, é preciso maioria simples, ou seja, o aval de pelo menos 41 dos 81 senadores.