ARTES VISUAIS

Galeria Amparo 60 encerra celebrações de 25 anos com abertura da exposição "Arrecifes"

A mostra coletiva reúne 45 artistas e ficará em cartaz até fevereiro de 2024

"Ponto Zero", de Rodrigo Braga - Divulgação

Ao longo de 2023, a galeria Amparo 60 celebrou seus 25 anos de existência, e o ciclo de comemorações finda com a abertura da última exposição do ano: “Arrecifes”, mostra coletiva que reúne 45 artistas e tem curadoria de Guilherme Moraes e Walter Arcela. A exposição ficará em cartaz até fevereiro de 2024.

Para a galerista Lúcia Santos, 2023 foi (e tem sido) um ano para se enaltecer. “2023 é um ano muito especial para nós e precisávamos encerrá-lo com um momento de celebração e congraçamento. Desde o início do ano, já em nossa participação na SP-Arte, marcamos o início das comemorações dos nossos 25 anos, período no qual fomos agentes atuantes para o fortalecimento da arte contemporânea em Pernambuco, acompanhamos toda a movimentação dessas últimas duas décadas, resistindo às dificuldades desse mercado fora do eixo Rio –São Paulo. Posso dizer que estou orgulhosa e feliz dessa nossa trajetória até aqui”

“Arrecifes” tem a proposta de abarcar justamente esses 25 anos de atuação da Amparo 60, em um mix de artistas do casting da galeria e de outros nomes relevantes das artes visuais. O título da mostra, segundo Walter Arcela, um dos curadores, vem da ideia de um ecossistema vasto e diverso, onde existem vários micro-habitats.

“Dentro de uma mesma formação ecológica, nos arrecifes, temos uma infinidade de possibilidades e de modos de vida. É um pouco isso que encontramos ao olhar para a Amparo”, explica Arcela.

São 45 artistas em exposição, com poéticas diversas, mas que têm a persistência e a resistência em existir, como ponto que os aproxima. “Não tem como chegar em algo que todos tenham em comum. Acho que eles têm essa insistência em ser artista, em existir. Nos debruçamos sobre o todo que forma a galeria Amparo 60, essa grande constelação que seria como uma grande biblioteca. Há um maravilhamento heterogêneo, mas cada livro, cada obra, é um mundo, uma poética à parte”, comenta Guilherme Moraes.

“A Amparo é esse local de micro-habitats. Estar no Nordeste brasileiro e resistir é uma ação política, de fincar pé e produzir cultura a Recife do Brasil”, reflete Arcela.

Por ser um recorte tão amplo de artistas, e mesmo sem um discurso unitário, os curadores de “Arrecifes” sugerem diálogos entre algumas obras de artistas distintos. É o caso da interação proposta entre uma pintura de Tereza Costa Rêgo e outra de Fefa Lins; ou o diálogo sobre questões que envolvem o neoconcretismo brasileiro, na conversa entre Cristiano Lenhardt e Martinho Patrício.

“A mostra se caracteriza como um rito celebrativo, retrospectivo, que dá a ver toda essa memória, mas que lança também expectativas e desejos para o futuro”, resume Moraes.

Artistas em “Arrecifes”
Alex Flemming, Alice Vinagre, Agda, Amanda Melo de Mota, Antônio Dias, Ariana Nuala, Ascânio MMM, Bruno Vieira, Bruno Vilela, Carlos Mélo, Cássio Vasconcellos, Célio Braga, Clara Moreira, Cláudia Jaguaribe, Cristiano Lenhardt, Gil Vicente, Gilvan Barreto, Hidelbrando de Castro, Isabela Stampanoni, Jeff Alan, Josafá Neves, José Guedes, José Patrício, José Paulo, José Rufino, Juliana Notari, Lourival Cuquinha, Luiz Hermano, Marcelo Silveira, Marcelo Solá, Márcio Almeida, Delson Uchôa, Derlon, Diogum, Eudes Mota, Emanuel Araújo, Fefa Lins, Fernando Augusto, Francisco Baccaro, Maré de Matos, Martinho Patrício, Paulo Bruscky, Ramsés Marçal, Ramonn Vieitez, Raul Córdola, Rodolfo Mesquita, Rodrigo Braga, Tereza Costa Rêgo

SERVIÇO
Exposição "Arrecifes " - Curadoria: Guilherme Moraes e Walter Arcela
Período: De 29 de novembro de 2023 até 2024
Onde: Galeria Amparo 60 (no 3º andar da Dona Santa) | Rua Professor Eduardo Wanderley Filho, 187, Boa Viagem, Recife/PE
Dias e horários de visitação: 
Segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábados das 10h às 15h, com agendamento prévio