ONG Gestos e Alepe organizam exposição "Faces do HIV", com promoção de debate sobre o tema
Com abertura na segunda-feira (4), a campanha traz fotografias de pessoas vivendo com o vírus convidadas para contar suas experiências sobre o preconceito
A ONG Gestos (Soropositividade, Comunicação e Gênero) promove, a partir das 16h da próxima segunda-feira (4), a exposição “Faces do HIV”. A mostra traz fotografias de pessoas vivendo com o vírus que optaram, voluntariamente, por ser símbolos do enfrentamento ao estigma e preconceito. O evento, que segue até o dia 15 de dezembro, é gratuito e acontece no hall superior do Edifício Governador Miguel Arraes, na sede da Associação Legislativa de Pernambuco (Alepe), no bairro da Boa Vista, área central do Recife.
A ação faz parte do Dezembro Vermelho, campanha nacional de prevenção e conscientização sobre o HIV/Aids e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Ainda na segunda-feira, o Auditório Ênio Guerra, também na Alepe, recebe um debate com algumas das pessoas fotografadas na campanha. Também participam profissionais da instituição e integrantes do Grupo de Trabalho em Ativismo Jovem (GT Jovem) da Gestos.
A exposição é assinada pelos fotógrafos Nina Luna e Helder Ferrer. A mostra traz personagens que tiveram a coragem de compartilhar experiências reais de sorofobia - preconceito e discriminação contra pessoas que convivem com HIV/Aids (PVHAs). O impacto que isso tem em suas vidas também é pauta, além de reflexões empoderadas sobre suas experiências.
"Em um contexto de estigmatização de sujeitos e violação de direitos sociais, dar rosto à luta contra o preconceito é um ato de coragem”, destacou a coordenadora geral da Gestos, Alessandra Nilo.
Confira, abaixo, algumas fotografias da exposição:
A ação se torna necessária como combate aos preconceitos no Brasil relacionado à temática. De acordo com o Índice de Estigma e Discriminação em Relação às Pessoas Vivendo com HIV/Aids, cinco capitais brasileiras - Recife, Salvador, Porto Alegre, São Paulo e Manaus - pelo menos seis em cada dez pessoas (64,1%) que vivem com HIV e Aids já sofreram estigma ou discriminação. O estudo foi realizado em 2019 pela Gestos em parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
No Recife, 28% das pessoas entrevistadas pela pesquisa demoraram e/ou não iniciaram o tratamento antirretroviral por medo de que familiares e pessoas conhecidas descobrissem sua condição sorológica. Outras 24,7% tiveram medo de que profissionais de saúde e médicos revelassem suas sorologias sem seu consentimento.