Zema diz que opositores ao plano de recuperação fiscal não querem que "estado dê certo"
Governador se queixou nesta quinta-feira (30) das críticas ao Regime de Recuperação Fiscal
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rebateu nesta sexta-feira (1°) o governador de Minas, Romeu Zema (Novo). A reação ocorre após Zema ter afirmado, em evento nesta quinta-feira (30), que a oposição que tenta frear a tramitação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) na Assembleia de Minas "não quer que o estado dê certo".
Neste contexto, ao Globo, Pacheco reiterou suas críticas ao modelo proposto pelo governador para renegociar a dívida pública do estado, avaliada em R$ 165,6 bilhões.
"Os mineiros querem falar é de coisa boa. Todo mundo quer que Minas Gerais dê certo e prosa ruim de divisão a essa altura é receita para o insucesso. Na próxima semana, vamos dar um passo importante no acordo entre União e Estado capaz de pagar a dívida, e não adiá-la. Eleição já passou faz tempo. Vamos trabalhar" disse o presidente do Senado, em referência a reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, marcada para o próximo dia 7.
Nas últimas semanas, Pacheco assumiu as rédeas da articulação com o governo federal e apresentou um contraponto ao RRF de Zema. Além da federalização de empresas, solução que acena aos servidores públicos, o presidente do Senado sugeriu um programa de recuperação fiscal (Refis) para os estados com descontos em caso de pagamentos à vista da dívida pública. Pacheco propôs ainda redirecionar à União, para quitar a dívida, indenizações que a gestão Zema pode receber de mineradoras responsabilizadas por desastres ambientais.
Na semana passada, Zema deu o aceite à proposta de Pacheco, mas segue com a tramitação do RRF até que o prazo de prorrogação do pagamento da dívida seja estendido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Desde 2018, o estado não paga o montante por conta de uma liminar, que expira no próximo dia 20. Na agenda desta quinta-feira, o governador voltou a elogiar a alternativa do senador:
"A proposta dele envolve ativos estatais e ajustes nas contas da previdência. O Estado também tem uma causa bilionária do Fundeb, que ganhou. Temos pendências da Lei Kandir a receber. E tudo isso seria considerado nesse grande acordo, que eu espero que dê certo. Estamos totalmente empenhados, mas pela complexidade, esse acordo pode levar alguns meses para ser costurado. Sendo otimista, uns quatro meses. Até lá, nós precisamos ter uma alternativa" disse durante o Conexão Empresarial, em Belo Horizonte.