OPEP

Petróleo cai apesar de novos cortes de produção da Opep+

A Arábia Saudita anunciou que vai continuar com sua redução voluntária de um milhão de barris diários

Sede da Opep, em Viena, na Áustria - Joe Klamar/AFP

Os novos cortes de produção de petróleo anunciados na quinta-feira por alguns países exportadores da Opep+ foram recebidos com ceticismo pelo mercado e não tiveram impacto sobre os preços, que voltaram a cair nesta sexta-feira (1).

O barril Brent do Mar do Norte, para entrega em fevereiro e negociado no mercado Europeu, caiu 2,44%, para 78,88 dólares. Já West Texas Intermediate (WTI), de referência nos EUA e para entrega em janeiro, caiu 2,48%, para 74,07 dólares.

Depois de longas negociações, a Opep e seus aliados no mecanismo Opep+ anunciaram na quinta-feira novos cortes de produção para 2024.

"Mas há uma boa dose de ceticismo de parte dos corretores, que se perguntam se o volume destas reduções realmente será concretizado", explicou Andrew Lebow, da Commodity Research Group.

A Arábia Saudita anunciou que vai continuar com sua redução voluntária de um milhão de barris diários (mbd) até "o final do primeiro trimestre de 2024". A Rússia também continuará exportando menos por três meses.

Outros países-membros da aliança, como Emirados Árabes Unidos, Iraque, Kuwait e Argélia, também produzirão menos, cerca de 700.000 barris diários em conjunto.

O total de cortes adicionais voluntários alcança assim os 2,2 mbd, "o que pode parecer impressionante à primeira vista", admitem os analistas do DNB. Contudo, ao excluir Arábia Saudita e Rússia, apenas 900.000 barris diários deixarão de entrar no mercado até março de 2024.

"O que foi anunciado como uma medida maior da Opep+, é para nós, na realidade, um ajuste modesto de produção", afirmaram os analistas.

O fato de a Arábia Saudita não ter desejado aprofundar seus números, "poderia ser considerado um sinal de que o cabeça da Opep começa a sentir o dano de seus cortes" para sustentar os preços.