'Caso único': Laboratório dos EUA explica como clonou cachorro Conan de Milei por R$ 245 mil
Presidente eleito da Argentina recebeu cinco animais gerados a partir do DNA de seu cão, morto em 2017 e com quem se comunica através de uma médium
Uma empresa americana especializada na clonagem de animais de estimação soma clientes em todo o mundo — mas, até hoje, apenas um na Argentina. Embora os dados sobre os processos sejam confidenciais, a campanha presidencial argentina não deixou dúvidas de que se tratava de Javier Milei, presidente eleito e tutor do cachorro Conan, morto em 2017 em decorrência de um câncer.
A relação do político com o animal era tão forte que ele decidiu clonar o bicho e diz conversar com ele por intermédio de uma médium. Após a morte, do DNA de Conan, nasceram Conan II, Murray, Milton, Robert e Lucas, num caso considerado raro, "único", pelas companhias envolvidas na empreitada.
De acordo com o jornal argentino Clarín, a PerPETuate ficou responsável por cultivar as células do cão original e preservar o material sob baixas temperaturas. Mas coube à ViaGen Pets usar esses componentes genéticos para clonar Conan. Em quase 100% dos procedimentos, nasce um clone. Às vezes, de bônus, gera-se um segundo. Independentemente disso, o custo é de US$ 50 mil (R$ 245 mil).
— As células cultivadas podem permanecer criopreservadas indefinidamente. Você não precisa clonar o cão imediatamente (após a morte ou extração de DNA). E, se Milei quiser fazer isso de novo no futuro, ele pode. Podemos clonar Conan ilimitadamente. Salvamos células do original, e o PerPETuate também — disse ao Clarín Melain Rodriguez, gerente de atendimento ao cliente da ViaGen Pets.
Os especialistas entrevistados pelo jornal apontam que os clones não são fisicamente idênticos ao animal de origem. Nem é possível garantir que o clone terá a mesma personalidade. No entanto, como a inteligência e o temperamento têm a ver com o DNA, caso seja criado da mesma forma, o animal sucessor pode ser muito parecido. A edição genética não é uma realidade — pelo menos, ainda não.
Como é a clonagem
De acordo com o Clarín, todo o valor do investimento é devolvido caso a clonagem não dê certo. O processo entre a coleta da amostra e o recebimento do clone em casa demora, em geral, entre três e seis meses. Os animais gerados a partir do procedimento deixam a empresa com 8 semanas de vida.
Os especialistas envolvidos explicaram ao jornal argentino que o procedimento é o mesmo que gerou o clone da ovelha Dolly, o primeiro mamífero clonado, em 1997. O procedimento inclui a extração do núcleo de cada óvulo doado, que é esvaziado do próprio DNA. Nesse espaço, são inseridas células com o DNA do animal a ser clonado.
— Com um choque elétrico, estimula-se a formação do embrião a partir de uma única célula que começa a se multiplicar imediatamente — disse ao Clarín Raymond Page, diretor do laboratório PerPETuate, em Massachusetts. — Sim, Conan é milagroso. Em média, você obtém um ou dois clones. Não cinco. E muitas pessoas com quem conversei que clonaram me disseram que seus cães têm uma personalidade muito parecida com os originais.