Ao menos 7 generais russos de alto escalão morreram em combate na Ucrânia desde o início da guerra
Morte de Vladimir Zavadsky, subcomandante de 45 anos, foi confirmada por governador nesta segunda-feira (4)
Um general russo de alto escalão morreu após pisar em uma mina na Ucrânia, anunciou nesta segunda-feira o governador da região russa de Voronezh, Alexander Gusev. Em comunicado publicado no Telegram, ele escreveu que o subcomandante do 14º corpo do Exército Vladimir Zavadsky, de 45 anos, morreu “no cumprimento do dever” enquanto estava “em um posto de combate na área da operação especial”.
Embora a morte tenha sido confirmada apenas nesta segunda, o caso teria ocorrido, segundo a AFP, em 28 de novembro. No texto, Gusev acrescentou que está “convencido de que o nome de Vladimir Zavadsky, um oficial valente, um verdadeiro general e homem digno, permanecerá sempre nos anais da glória” da Rússia. “Ele deu exemplo de dedicação ao dever, como atestam suas muitas condecorações”, continuou.
De acordo com a BBC, este é pelo menos o sétimo general russo morto desde que a guerra na Ucrânia teve início, em fevereiro de 2022. Quatro delas, segundo a publicação, ocorreram nos primeiros quatro meses da guerra, e duas outras haviam sido confirmadas neste ano. Em todos os casos, o Ministério da Defesa da Rússia não comentou as baixas, mesmo quando parentes próximos falaram publicamente sobre elas.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Defesa britânico publicou nas redes sociais que, entre 24 de fevereiro de 2022 e novembro de 2022, “é provável que as forças oficiais do Ministério da Defesa russo tenham tido entre 180 mil e 240 mil feridos, e aproximadamente 50 mil mortos”. O órgão acrescentou que “mercenários do Grupo Wagner provavelmente tiveram cerca de 40 mil feridos e 20 mil mortos”.
A publicação também enfatizou que “mesmo entre os funcionários russos, provavelmente há um baixo nível de compreensão sobre o total de vítimas, devido a uma cultura de relatórios desonestos estabelecida há muito tempo dentro do meio militar”.
Generais morreram em ataques
A primeira morte de um general russo foi confirmada no dia 3 de março de 2022. Andrey Sukhovetsky era vice-comandante do 41º Exército de Armas Combinadas do Distrito Militar Central. Na época, o caso havia sido confirmado à agência Associated Press por uma organização de oficiais locais na região russa de Krasnodar. As circunstâncias do óbito, no entanto, não foram reveladas.
De acordo com agência de notícias ucraniana Fakti, após se formar na Escola Superior de Comando Aerotransportado de Ryazan em 1995, Sukhovetsky iniciou sua carreira como comandante de pelotão. Ele se tornou chefe de gabinete da unidade de assalto aerotransportado da Guarda e estava em seu cargo mais recente desde outubro de 2021, lotado em Novosibirsk, capital da província homônima, na Sibéria.
Já a segunda morte de um comandante no conflito ocorreu poucos dias depois da primeira, também em março de 2022. O major-general Vitaly Gerasimov era chefe de gabinete e primeiro vice-comandante do 41º Exército do Distrito Militar Central da Rússia. Conforme o governo da Ucrânia, Gerasimov foi morto em combate perto de Kharkiv. O militar teria liderado tropas durante a invasão russa na Crimeia em 2014.
O terceiro caso divulgado foi o do major-general Andriy Kolesnikov, que seria comandante do 29º Exército de Armas Combinadas, uma brigada no leste da Rússia, que gerencia infantaria, artilharia e baterias antiaéreas. Cerca de uma semana depois, Oleg Mityaev também foi declarado morto. A morte ocorreu durante combates nos arredores da cidade de Mariupol, sudeste ucraniano.
No mesmo mês, a morte de Andrei Paly, vice-comandante da Frota do Mar Negro da Marinha da Rússia, foi confirmada pelo governador de Sebastopol, na Península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Paly, que era capitão, também teria morrido em Mariupol. Conforme a Sociedade Geográfica Russa, da qual ele fazia parte, Paly nasceu em Kiev, na Ucrânia, em 1971, e se formou na Escola Naval em 1992.
Antes da morte de Zavadsky, a mais recente noticiada havia sido a do tenente Oleg Tsokov. O oficial morreu em julho, quando o hotel em que ele estava foi atacado por um míssil de fabricação britânica. O general já havia sido ferido, em setembro do ano passado, ao conduzir uma brigada no leste do território ucraniano. Na época, autoridades russas disseram que ele “merecia muito respeito”.
Fontes ucranianas relatam mortes
Além dos casos divulgados, fontes ucranianas relataram outras sete mortes de generais russos. Três deles, no entanto, já provaram estar vivos após o anúncio. É o caso do almirante Viktor Sokolov, que em setembro apareceu em uma videoconferência em setembro deste ano, um dia após a Ucrânia alegar que ele havia morrido em um bombardeio na Crimeia. Após a divulgação da imagem de Sokolov, feita pelo Ministério de Defesa russo, as unidades de operações especiais ucranianas afirmaram que tentavam esclarecer o resultado do ataque.