COP28

Ministro saudita debocha de compromissos climáticos ocidentais na COP28

Aprovado no primeiro dia do evento, 30 de novembro, o fundo conseguiu arrecadar US$ 655 milhões

COP28 - Jewel Samad/AFP

O ministro saudita de Energia desprezou, nesta segunda-feira (4), as doações dos países desenvolvidos para um novo fundo de garantia para perdas e danos relacionados às mudanças climáticas, enquanto elogiou os financiamentos que Riade prometeu à África.

O primeiro exportador mundial de petróleo bruto, que não aderiu a esta nova iniciativa da ONU, destinou US$ 50 bilhões (R$ 247 bilhões, na cotação atual) para ajudar os países africanos a se adaptarem às mudanças climáticas, afirmou o príncipe Abdulaziz bin Salman .

O fundo de perdas e danos para apoiar países assolados pelo aquecimento global foi a primeira conquista da atual Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28).

Aprovado no primeiro dia do evento, 30 de novembro, o fundo conseguiu arrecadar US$ 655 milhões (R$ 3,24 bilhões), graças, entre outros, a doadores como União Europeia e Estados Unidos.

Os defensores do meio ambiente consideram, no entanto, que a soma é muito insuficiente.

“Ao contrário das moedas oferecidas para perdas e danos por nossos parceiros nos países desenvolvidos, o reino, no âmbito de sua cooperação sul-sul, anunciou na cúpula saudita-africana realizada em Riade no mês passado a alocação de até 50 bilhões de dólares” , declarou o ministro saudita em mensagem transmitida por vídeo, à margem da COP28.

“Isto permitirá construir infraestruturas resilientes e reforçar a resiliência e a adaptação climática no continente africano”, acrescentou.

Os fundos privados costumam ser criticados por ativistas devido à falta de transparência e porque as promessas não são vinculativas e incluem empréstimos e investimentos.

As declarações do príncipe saudita refletem o esforço que existem entre os negociadores dos mais de 200 países reunidos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, na tentativa de alcançar um acordo global sobre o clima.

Um dos pontos mais controversos da COP28 é como mencionar os combustíveis fósseis na declaração final.