Imposto

Em reunião com bolsonaristas, Tarcísio promete não enviar projeto que aumenta ICMS

Promessa ocorre às vésperas de votação da privatização da Sabesp

Tarcísio de Freitas - Mauro Pimentel/AFP

Em reunião com deputados bolsonaristas nesta segunda-feira (4), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comunicou que desistiu da proposta de aumentar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

O reajuste foi defendido por Tarcísio e outros governadores após a aprovação da Reforma Tributária no Senado. O recuo ocorre após pressão de deputados bolsonaristas da base e às vésperas da votação do projeto de privatização da Sabesp.

Como mostrou O Globo, aliados de Tarcísio decidiram criar um bloco informal na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para discutir separadamente os projetos enviados ou apoiados pelo governo. A gota d'água para a criação do grupo foi justamente a notícia de que o governo deveria enviar um projeto de aumento de imposto.

Nesta segunda-feira, Tarcísio se reuniu com os integrantes do bloco bolsonarista (deputados Gil Diniz, Lucas Bove, Major Mecca e Tenente Coimbra, todos do PL) no Palácio dos Bandeirantes, onde comunicou que não enviará mais o projeto de aumento de imposto à Casa.

—A reunião foi excelente. Ouvimos do governador o compromisso de não aumentar o ICMS, uma bandeira de campanha nossa e ponto fundamental no nosso embate com o ex-governador tucano João Doria — disse Gil Diniz (PL).

O deputado Lucas Bove ressaltou que o grupo não deixou de apoiar as "boas propostas do governo".

— E não nos furtamos a criticar aquilo com o que eventualmente não estejamos de acordo. O importante é que, dialogando, conseguimos avanços em barrar o aumento de ICMS, no compromisso de valorização das nossas polícias e o empenho em multiplicar as escolas cívico-militares em São Paulo — disse o deputado de primeiro mandato.

Como mostrou O Globo, seis governadores vinham enfrentando resistência nas Assembleias Legislativas para aprovar o anunciado aumento do ICMS . Os deputados estaduais temem possíveis desgastes provocados pela medida, considerada impopular.

Procurado, o Palácio dos Bandeirantes ainda não se manifestou.