pisa 2022

Países mais ricos têm queda histórica de desempenho no Pisa

Queda foi de 15 pontos em Matemática e 10 em Leitura; antes de 2022, nunca houve oscilação maior do que cinco pontos

Alunos voltam às aulas numa escola francesa: desafio de combater o bullying - Miguel MEDINA / AFP

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022 apresentou uma queda histórica de desempenho dos países mais ricos. A média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo de nações desenvolvidas que organiza a prova, no exame teve uma queda de 15 pontos em Matemática e dez em Leitura. De acordo com os relatórios da instituição, em duas décadas de avaliações do Pisa, nunca houve uma variação maior do que quatro e cinco pontos, respectivamente.

"A Covid-19 pareceria ser um factor óbvio. No entanto, observe os dados mais de perto. A análise das tendências dos resultados do Pisa antes de 2018 revela que o desempenho em Leitura e Ciências começou a diminuir muito antes da pandemia. Nessas disciplinas, o desempenho atingiu o pico em 2012 e 2009, respectivamente, antes de cair. Isto indica que questões de longo prazo também estão em jogo", afirmou o relatório da OCDE.

A Albânia, por exemplo, teve queda de 69 pontos, o que a deixou abaixo do Brasil em Matemática. Na Islândia, isso foi de 36 pontos e, na Noruega, de 33. Em Leitura, a Filândia perdeu 30 pontos e a Holanda, 26.

Já o Brasil teve uma oscilação considerada estatisticamente como estabilidade. Foram apenas cinco pontos a menos em Matemática, três em Leitura e um em Ciência. Mesmo assim, o país está entre os 20 piores do mundo em Matemática e Ciências. Já em Leitura ficou entre os 30 piores.

"A relação entre o fechamento de escolas provocado pela pandemia e o declínio de desempenho não é tão direto. Em toda a OCDE, cerca de metade dos estudantes tiveram as escolas fechadas durante mais de três meses. No entanto, os resultados do Pisa não mostram nenhuma diferença clara nas tendências de desempenho entre sistemas educativos com encerramentos limitados de escolas, como a Islândia, a Suécia e Taipé (China), e sistemas que registaram encerramentos escolares mais prolongados, como o Brasil, a Irlanda e a Jamaica", apontou o relatório.

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