Pisa 2022: "Matemática é um grande desafio", diz ministro
Avaliação mostra que o país está entre os 20 piores do mundo em Matemática e Ciências
O ministro da Educação, Camilo Santana, admitiu que os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2022 demonstram que a correção do baixo desempenho dos estudantes brasileiros em Matemática é "um grande desafio" para o governo. A avaliação mostra que o país está entre os 20 piores do mundo em Matemática e Ciências. Em Leitura, fica entre os 30 piores.
A aprendizagem dos alunos no país se manteve baixa e estável desde 2009. Segundo o levantamento, no Brasil, 73% dos alunos de 15 anos não alcançaram o nível 2 (básico) em conhecimentos matemáticos, não conseguindo converter moedas ou comparar distâncias. Na média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), índice é de 31%.
— Matemática é um grande desafio para nós — afirmou Santana durante a apresentação dos dados, nesta terça-feira.
Em contrapartida, o ministro ressalta que a queda nas três áreas de conhecimento avaliadas foi leve em comparação a última edição, em 2018, tendo em consideração os obstáculos na Educação Básica durante a pandemia da Covid-19.
Nesta edição, os países da OCDE registraram uma queda histórica de 15 pontos em Matemática, enquanto o Brasil caiu 5 pontos. A estabilidade foi elogiada pelo secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann.
— Percebemos uma queda sem precedentes por causa dos efeitos da Covid, equivalente a quase metade de um ano de aprendizado. O Brasil, porém, foi uma das poucas exceções em que a performance não piorou. Permanece estável desde 2009, sim, mas a estabilidade foi impressionante especialmente considerando que as escolas foram fechadas — avaliou Cormann.
Com isso, o Brasil ocupa a 65ª posição em Matemática, 52ª em Leitura e 62ª em Ciências entre os 81 participantes desse ano.
Em 2018, o Brasil ocupou piores posições — 71º em Matemática, 57º em Leitura e 64º em Ciências. No entanto, essa melhora se deu especialmente porque seis participantes que estavam a frente do Brasil não tiveram notas neste ano.
Camilo Santana disse que o MEC "está construindo uma série de políticas" que irão fazer com que o Brasil melhore no próximo Pisa, em 2025. O titular citou, por exemplo, a ampliação do tempo integral nas escolas, o aperfeiçoamento do Novo Ensino Médio, a bolsa para reduzir evasão escolar e a nova política de alfabetização na idade certa.
O ministro também aproveitou para reforçar o combate que a pasta vem protagonizando ao avanço dos cursos de licenciatura à distância.
— Nós suspendemos novos cursos EAD de licenciatura. A ideia do ministério é não permitir mais (cursos de licenciatura) 100% a distância — declarou. — Só vamos melhorar a qualidade da educação melhorando a qualidade da formação de professores.