Maduro ordena a concessão de licenças para explorar petróleo em área disputada com a Guiana
Essas medidas fazem parte de um conjunto de anúncios feitos pelo presidente nesta terça-feira (05)
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tentou à estatal petrolífera PDVSA a concessão de licenças para a exploração de recursos na região do Essequibo, uma área disputada com a Guiana, onde Georgetown autorizou a operação de empresas petrolíferas estrangeiras e locais.
Maduro instruiu a criação da "divisão PDVSA-Essequibo" e a concessão "de imediato de licenças operacionais para a exploração de petróleo, gás e minerais em toda a área".
Essas medidas fazem parte de um conjunto de anúncios feitos pelo presidente nesta terça-feira, após o referendo consultivo do último domingo, no qual buscou o apoio popular para seu pleito sobre a região em disputa.
No referendo, mais de 10,4 milhões de eleitores participantes, metade do eleitorado da Venezuela, e mais de 95% concordaram que o Essequibo se tornaria uma província do país.
O presidente propôs, também nesta terça-feira, a elaboração de uma lei especial para discutir "com todos os setores" a criação de "uma norma muito firme para proibir" a contratação de empresas que operam na área sob concessões concedidas pela Guiana no " mar um delimitador".
“Proponho [dar] três meses a todas essas empresas para se retirarem essas operações no mar a delimitar, três meses”, disse. "Estamos abertos a conversar".
A Guiana deu o aval em outubro passado para seis empresas petrolíferas, incluindo a americana Exxon e a francesa TotalEnergy, exploraram suas costas, o que gerou protesto da Venezuela devido a estarem "águas pendentes por delimitar", e, em resposta, convocaram o referendo.
Maduro disse que agora exercerá o "poder" conceder pelo povo e propôs também uma lei para "a criação da Guiana Essequiba", uma província na área disputada com a Guiana.
Ele também planejou a criação de uma "zona de defesa integral da Guiana Essequiba", sem dar detalhes adicionais, mas que ficará localizada na cidade de Tumeremo, no estado de Bolívar (sul), fronteiriço com uma área em disputa.
Além disso, pediu a implementação de um plano de “atenção social” para a população da área em disputa, “bem como a realização de um censo e a entrega de carteiras de identidade aos seus habitantes”.