EDUCAÇÃO

Aprendizagem de Matemática de alunos mais ricos brasileiros caiu, diz Pisa

Queda foi de 13 pontos entre 2018 e 2022 e mais pobres mantiveram patamar; com isso, desigualdade caiu para 77 pontos ou 3,5 anos de estudo

Álvaro Henrique/Sec de Educação do DF

A aprendizagem dos alunos mais ricos brasileiros caiu 13 pontos em Matemática, afirma relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) divulgado nesta terça-feira. O desempenho passou de 438 para 425 entre 2018 e 2022. Já os mais pobres mantiveram o patamar de 348 entre as duas provas.

Com isso, a desigualdade educacional no país diminuiu de 90 para 77 pontos, o que significa 3,5 anos de aprendizado.

— Esse é um dado muito preocupante. São os alunos da escola privada e dos institutos federais — afirma João Marcelo Borges, gerente de pesquisa e inovação do instituto Unibanco.

Nota média do Brasil em 2022:

Matemática: 379

Leitura: 410

Ciências: 403

De acordo a OCDE, essa diferença não se alterou em 48 dos 68 participantes com dados disponíveis. Em outros 13, houve um aumento da diferença e, em sete, uma queda. Nessa última listão estão, além do Brasil, Argentina, Chile Moldávia, Filipinas, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

"Destes últimos países, apenas na Argentina, nas Filipinas e na Arábia Saudita a diferença diminuiu devido às melhorias no desempenho dos estudantes desfavorecidos. Em três outros países, o desempenho dos estudantes favorecidos deteriorou-s", afirma o relatório da OCDE.

 

O Pisa produz um indicador com base nas respostas dos estudantes em questionários que são aplicados juntos com as provas. Essa medida leva em consideração o capital econômico, social e cultural do estudante e de sua família. Considera, entre outras coisas, nível de escolaridade dos pais e um indicador de riqueza dos alunos (perguntando, por exemplo, que objetos o aluno tem em casa).

Com isso, consegue distinguir estudantes socioeconomicamente desfavorecidos (os 25% com os valores mais baixos nesse indicador em seu país) dos socioeconomicamente favorecidos (os 25% com os valores mais elevados desse indicador no país).