ONU denuncia que palestinos em Gaza vivem em "um horror absoluto"
O alto comissário indicou que existe "um maior risco" de serem cometidos "crimes de atrocidades"
Os palestinos em Gaza vivem em "horror absoluto", denunciou nesta quarta-feira (6) o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmando que teme possíveis "crimes de atrocidades".
Dois meses depois dos "horríveis ataques perpetrados contra Israel pelo Hamas e outros grupos armados palestinos", "os civis em Gaza continuam sendo implacavelmente bombardeados por Israel e punidos coletivamente", declarou Türk durante coletiva de imprensa em Genebra, pedindo o fim da violência e a libertação de todos os reféns.
Em 7 de outubro, o Hamas lançou um ataque sangrento em Israel que deixou 1.200 mortos, a maioria civis, e mais de 240 reféns, segundo as autoridades israelenses.
Segundo o Ministério da Saúde do Hamas, 16.248 pessoas, 70% mulheres e menores, morreram na Faixa de Gaza pela ofensiva de Israel em resposta.
"A situação humanitária é catastrófica", disse Türk, lembrando que o chefe das operações humanitárias das Nações Unidas, Martin Griffiths, a descreveu como "apocalíptica".
"Os palestinos em Gaza vivem em um horror absoluto que só piora", acrescentou.
O alto comissário indicou que existe "um maior risco" de serem cometidos "crimes de atrocidades", considerados os crimes mais graves (genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra), e pediu a ambas as partes e à comunidade internacional que tomem medidas "urgentemente" para "prevenir tais crimes".
Türk também expressou preocupação com as "declarações para desumanizar" feitas por altos funcionários israelenses e representantes do Hamas.
"Não só é inaceitável, mas um tribunal competente poderia considerar tais declarações (...) como uma incitação à prática de crimes hediondos", disse ele.