Crítica

"Wonka": Timothée Chalamet brilha em filme de origem de "A Fantástica Fábrica de Chocolate"

Longa-metragem de Paul King foca na juventude de Willy Wonka

Timothée Chalamet estrela "Wonka" - Warner Bor./Divulgação

As duas adaptações para o cinema do livro “Charlie e A Fantástica Fábrica de Chocolate”, de Roald Dahl, entregaram ao público duas versões bem distintas do personagem Willy Wonka: uma defendida por Gene Wilder, em 1971, e outra por Johnny Depp, no remake de 2005. Agora, é a vez de Timothée Chalamet mostrar sua leitura do excêntrico chocolatier, em “Wonka”, filme que chega hoje aos cinemas brasileiros.  

O novo longa-metragem funciona como uma prequela. O foco da história é a juventude de Willy Wonka, mostrando como ele iniciou a carreira. Desde criança, seu sonho é compartilhar seus chocolates com o mundo. Para isso, ele chega à famosa Galeria Gourmet, mas lá encontra três gananciosos empresários, que fazem de tudo para impedi-lo. 

Fica claro que para o diretor Paul King as referências foram centradas no primeiro “A Fantástica Fábrica de Chocolate”. Isso está especialmente expresso nas escolhas visuais do longa, como o figurino de Wonka e a caracterização de Oompa Loompas. Também nada do que foi acrescentado por Tim Burton sobre a origem do personagem em sua releitura chegou a ser aproveitado no roteiro da nova obra. 
 

Diretor de "As Aventuras de Paddington" (2014) e de sua sequência, King prova sua aptidão para levar às telas tramas infantis recheadas de fantasia e capazes de encantar toda a família. “Wonka” é um musical no melhor sentido da palavra, com canções que servem bem à dramaturgia e não tornam a experiência enfadonha. Falando sobre sonhos e da importância de quem está ao nosso lado, o filme proporciona uma lufada de otimismo às vésperas do encerramento de mais um ano.  

A escalação de Timothée Chalamet é, sem dúvidas, uma das chaves para o sucesso de “Wonka”. Celebrados por papéis mais taciturnos, o “queridinho” da nova geração de Hollywood brilha em cena com um personagem que vai da melancolia ao entusiasmo dançante em questão de minutos.

O elenco como um todo, aliás, funciona como um grande impulsionador do longa. Nomes fortes da indústria surpreendem em papéis deliciosamente despretensiosos. A vencedora do Oscar Olivia Colman surge irreconhecível como a detestável Dona Alva, em uma “dobradinha” hilária com Tom Davis. Destaque também para a inusitada escolha de Hugh Grant como um Oompa Loompa. O eterno galã britânico empresta seu charme e certa dose de sarcasmo ao pequeno homem laranja de cabelos verdes.