ONU

Conselho de Segurança vota resolução para cessar-fogo imediato em Gaza, mas enfrenta oposição

Para os EUA, cessar-fogo 'plantaria as sementes de uma guerra futura', disse seu embaixador adjunto na ONU

Os EUA declararam que não apoiarão os "apelos a um cessar-fogo imediato" em Gaza - Menahem Kahana/ AFP

O Conselho de Segurança vota, nesta sexta-feira (8), uma resolução para um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza, em um momento em que Israel pressiona a sua campanha contra o Hamas no enclave palestino. A moção, que já foi apresentada, será votada no fim do dia (às 19h30 em Brasília), mas é improvável que seja bem-sucedida, já que os Estados Unidos, com poder de veto no Conselho, já declararam que se opõem a tal medida.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na abertura da sessão emergencial que a brutalidade do Hamas nos ataques de 7 de outubro jamais poderia justificar a "punição coletiva" dos palestinos, apelando também pela libertação de 130 reféns mantidos em cativeiro pelo grupo em Gaza.

Guterres convocou a reunião de emergência do principal órgão das Nações Unidas depois de semanas de combates que deixaram mais de 17.487 pessoas mortas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde na Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas.

Em contrapartida, os EUA declararam que não apoiarão os "apelos a um cessar-fogo imediato" em Gaza, disse seu embaixador adjunto na ONU, Robert Wood.

— Embora os Estados Unidos apoiem os apelos para uma paz duradoura, na qual israelenses e palestinos possam viver em paz e segurança, não apoiamos os apelos a um cessar-fogo imediato — disse Wood.

Ele acrescentou ainda que um cessar-fogo "plantaria as sementes de uma guerra futura", pois o Hamas "não tem desejo algum de uma paz duradoura".